Portugal perde direito a cautelar em caso de erros internos
O "Diário Económico" escreve hoje que "se a saída limpa correr mal devido a um choque externo, a economia nacional terá ao seu dispor uma linha de crédito preventiva do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE). Mas no caso de as portas dos mercados se fecharem por causa de problemas internos ou falhanço na implementação das reformas, o país terá de submeter-se a um novo resgate. "Se Portugal mantiver a implementação das reformas necessárias e algo correr mal na conjuntura externa, Portugal tem o direito de pedir uma linha cautelar", disse ontem fonte comunitária, quando questionada sobre se o Governo poderá recorrer á linha de crédito preventiva, caso a saída limpa corra mal. "Se as coisas começarem a correr mal por questões internas e se adotarem medidas menos saudáveis, aí a discussão é outra, seria mais fifícil, sobre um outro programa e não um cautelar".
Segundo o jornal, "o aviso surge numa altura em que as autoridades internacionais receiam um novo chumbo do Tribunal Constitucional - está a analisar os cortes salariais inscritos no Orçamento do Estado para 2014 - e que o Governo perca o ímpeto reformista, à medida que se for aproximando das eleições legislativas do próximo ano. A mesma fonte admitiu que, "sempre que há eleições, há risco político", mas mostrou-se esperançada que o país mantenha o rumo, lembrando, no entanto, que a saída da 'troika' deve ser vista como "o fim do príncipio (do ajustamento) e não o princípio do fim". O responsável acredita que os portugueses não vão querer regressar a um momento de crise como o que se viveu durante o resgate".