Portugal melhora mas volta a ser último nos sevens de Wellington

A jovem seleção nacional de sevens perdeu os dois jogos realizados este domingo na capital neozelandesa e sai ainda mais última na classificação, agora a dois pontos da Rússia
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O dia cheio de sol e bem quente como que convocava o público para uma grande festa nas bancadas do belo Westpac Stadium de Wellington. Mas nem este ambiente caloroso possibilitou que os Lobos somassem o seu primeiro triunfo da época, que regista agora 15 derrotas nos jogos realizados! A jovem equipa nacional (seis atletas com menos de 21 anos) vai melhorzinha, obrigado, mas continua nos cuidados intensivos. E com prognóstico cada vez mais reservado...

Nos "quartos" da Bowl Portugal encontrou a Escócia e após uma 1.ª parte infernal, sem posse de bola, nunca pisando o meio-campo adversário e com seis placagens falhadas, perdia ao intervalo por 17-0 concedendo três ensaios.

No descanso as palavras do frustrado selecionador António Aguilar aos seus homens foram de uma rara dureza: "Se não querem jogar digam, pois parece que estão a fazer um sacrifício! É coração e cabeça que não estamos a ter. Não há mais desculpas! Agora na 2.ª parte vão ter que dar tudo". A equipa sentiu a forte reprimenda, como que despertou, reagiu... e como reagiu.

Logo no minuto inicial João Belo (CDUL) fez o primeiro ensaio português e depois seria Tiago Fernandes (Belenenses), 19 anos há menos de dois meses, em nova assombrosa arrancada de 80 metros levando tudo à frente e alcançando um ensaio tirado a papel químico do conseguido diante dos Wallabies no dia inaugural (17-12).

Mas todo este esforço dos Lobos iria sair-lhes caro, pois algumas perdas de bola, pouco discernimento e de novo clamorosas falhas defensivas permitiram mais dois ensaios escoceses, para os finais 29-12.

No derradeiro jogo o adversário foi, inesperadamente, a França, batida pelo Japão, a equipa convidada nesta etapa. Perante um seleção portuguesa que alinhou de equipamento alternativo, num verde de ferir a vista e a pedir uso de óculos de sol, os gauleses surgiram sem o seu melhor jogador e playmaker Tierry Bouhraoua, lesionado com gravidade num tornozelo na véspera, mas marcariam logo aos 10 segundos por Fulgence Ouedraogo - o flanqueador internacional tem sorte neste estádio, pois estreou-se aqui pela seleção de quinze frente aos All Blacks em 2007 -, no pontapé de saída em que Portugal colocou Pedro Leal (1,70m) a saltar para receber a bola...

Mas o melhor lobo em Wellington, Tiago Fernandes, voltaria a fazer das suas, poderoso a forçar a passagem após um alinhamento bem conquistado, empatando o resultado. Logo a seguir o oportuno Pedro Leal captou uma bola solta pelos gauleses para fazer o seu 90.º ensaio no circuito mundial e passar os Lobos para a frente (12-5). Contudo, antes do descanso a França reduziria para 12-10 por Retière.

Logo aos 30 segundos Barry apanhou a seleção nacional desprevenida conseguindo a reviravolta (17-12), mas Tiago Fernandes - quem mais poderia ser? - apoiando uma bela iniciativa do entrado Ferrador que ficou a um metro da área, mergulhou para o seu quarto ensaio do fim-de-semana e igualava as equipas a 17 pontos.

A seleção nacional era mais faltosa (6 faltas cometidas contra 2 dos franceses) e seria mesmo castigada no derradeiro lance da partida quando o veterano Julien Candelon, com toda a sorte do mundo (após placagem, o companheiro que executou o passe final não pisou a lateral por um atacador...) selava o triunfo francês por 22-17, levando a sua equipa para a final da Shield.

Portugal alinhou neste último jogo com: Diogo Ribeiro, Vasco Ribeiro, Miguel Lucas; João Belo, Pedro Leal; Pedro Silvério e Tiago Fernandes. Adérito Esteves, Vaso Poppe e António Ferrador entraram na 2.ª parte.

Com novo último lugar numa etapa (a par do País de Gales), Portugal sai de Wellington ainda mais último no circuito (com 3 pontos), pois a Rússia, o nosso único rival na luta pela manutenção entre a elite dos sevens, atingiu (e perdeu) a final da Shield e somou dois pontos, tendo agora 5, numa luta que se adivinha ombro-a-ombro até ao derradeiro torneio, em Londres, de 20 a 22 de maio.

A etapa foi conquistada pela equipa da casa, a Nova Zelândia, que bateu numa fantástica final a África do Sul, por 24-21, depois de estar a perder por 14-0 e 21-7 (!) graças a um ensaio decisivo de Joe Webber. Com este triunfo, o seu nono na prova neozelandesa, os All Blacks passaram para o 3.º lugar da classificação (47 pontos), a 5 das Fiji (foram terceiras em Wellington) e a 7 dos sul-africanos, que pela primeira vez esta época subiram ao topo da tabela.

Austrália (Plate), Samoa (Bowl) e França (Shield) ergueram os restantes troféus.

O circo dos sevens atravessa agora o mar da Tasmânia e nos próximos sábado e domingo, no Allianz Stadium de Sidney, vai decorrer a quarta das 10 etapas desta temporada. O sorteio foi hoje realizado e Portugal já sabe que vai integrar um dificílimo grupo com a anfitriã Austrália (o seu primeiro adversário no sábado), Nova Zelândia e Canadá.

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