Portugal estreia-se a perder com Inglaterra
Sob um sol nada moscovita, o magnífico estádio Luzhniki, muito despido de público, assistiu ao pontapé de saída dos Lobos de Frederico Sousa na sexta edição do mundial de sevens. E nada pior, para uma estreia, do que ter pela frente uma potência como a Inglaterra, equipa apostada em fazer grande figura na prova e recuperar um título que lhe foge desde a edição inaugural, quando se sagrou a primeira campeã mundial desta variante, em 1993 (Edimburgo).
Desde cedo se percebeu que os ingleses circulavam melhor a oval, tinham mais ritmo e superior velocidade, enquanto a equipa portuguesa pareceu - pelo menos nestas primeiras impressões - sempre menos fresca e com manifestas dificuldades de colocar a bola no seu principal ativo: o rápido Duarte Moreira.
Pelo contrário, a Inglaterra procurava sempre alimentar o supersónico Dan Norton, que depois de quase marcar numa arrancada impressionante (valeu placagem de Moreira e uma escorregadela), criaria o ensaio inaugural por John Brake (7-0). Mas os Lobos - que ideia foi aquela de colocar o relativamente baixo Diogo Miranda como saltador nos alinhamentos? - reagiram de imediato e Miguel Lucas, numa iniciativa pessoal, arrancou decidido numa falta jogada rapidamente à mão perante adversários que não recuaram 10 metros (e que assim não o podiam placar) e só parou debaixo dos postes. Conversão de Pedro Leal... e 7-7 ao intervalo.
A 2.ª parte já foi mais penosa, com os portugueses a nunca conseguirem pisar a área de 22 contrária e incapazes de travar a boa circulação de bola dos ingleses, que com boas combinações arrancaram mais dois ensaios (Brake de novo e Tom Mitchell), para os finais 21-7.
Foi um início assim-assim da seleção nacional, que terá que melhorar amanhã. Mas terão os jogadores suficiente combustível no depósito para tal?
Portugal alinhou inicialmente com: Gonçalo Foro, Diogo Miranda, Miguel Lucas (5); Pedro Leal (2), Francisco Vieira de Almeida; Pedro Ávila e Duarte Moreira. Jogaram ainda todos os suplentes, ou seja, Adérito Esteves, Frederico Oliveira, David Mateus, José Vareta e o estreante Rafael Simões.
No outro jogo do grupo F, realizado logo a seguir, a Argentina impressionou ao bater uma frágil seleção de Hong Kong, por 47-7, conseguindo sete ensaios.
Portugal defronta, amanhã, para concluir a fase de grupos, Argentina (08.10) e Hong Kong (11.30). Os Pumas, a quem só batemos uma vez em 20 jogos, são os atuais vice-campeões mundiais (derrotados pelo País de Gales, na final do Dubai, em 2009) e pelo que se viu esta tarde, serão um osso bem duro de roer. Já Hong Kong, que vencemos em quatro dos oito anteriores duelos, parece ser a equipa mais débil do grupo, pelo que só o triunfo nacional será admissível - se os Lobos quiserem ir longe neste Mundial moscovita, bem entendido.