Portugal está entre os países mais afetados por infeções de bactérias resistentes a antibióticos, que matam mais de 33 mil pessoas na Europa por ano, segundo dados de 2015 da Rede Europeia de Vigilância da Resistência Antimicrobiana..Só em território nacional, os últimos dados disponíveis - também de 2015 - indicam que das 24 mil infeções registadas em Portugal resultaram 1158 mortes. Estes números foram disponibilizados pelo mais recente estudo do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC). .Os dados remontam a 2015 e o estudo constata um agravamento do número de infeções e suas consequências desde 2007. O impacto deste tipo de infeções, diz o estudo publicado na revista The Lancet, é maior do que o da gripe, tuberculose e HIV juntas..Numa lista que avalia o impacto das infeções na saúde pública, e que tem em conta os países que integram o Espaço Económico Europeu, Portugal aparece no quarto lugar, atrás de Itália, Grécia e Roménia..O estudo publicado na The Lancet, que se baseia em dados da EARS-Net (Rede Europeia de Vigilância da Resistência Antimicrobiana), teve em conta cinco tipos de infeção: da corrente sanguínea, do trato urinário, do trato respiratório, do sítio cirúrgico e outras. Concluiu que existiram aproximadamente 672 mil infeções na Europa e mais de 33 mil mortes no total, só no ano de 2015. Os bebés com menos de um ano e as pessoas com mais de 65 são as faixas etárias mais atingidas..Foi também estudado o número de anos de vida saudável perdidos, ou seja, tendo em conta mortes prematuras ou anos de doença ou incapacidade: perderam-se 875 mil anos de vida saudável na sequência das infeções..A maioria dos casos, de acordo com o estudo, aconteceram em hospitais ou unidades de cuidados de saúde (63,5%) e, por cem mil habitantes na Europa, existem 131 infeções, que causam cerca de seis mortes e a perda de 170 anos de vida saudável..Os autores do estudo sugerem "estratégias de prevenção e controlo", principalmente em unidades de saúde, de forma "urgente". O objetivo do trabalho foi "providenciar dados confiáveis" para "planeamento, priorização e prevenção desta crescente ameaça de saúde pública".