Portugal enfrenta teste decisivo em Bruxelas

O estádio Heisel será palco de um jogo de capital importância para o futuro do râguebi português, uma vitória colocará os Lobos de novo entre as melhores seleções europeias
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Depois de ter conquistado esta época o Trophy (2.º escalão do râguebi europeu), somando só vitórias e evidenciando uma grande superioridade sobre os demais adversários, a seleção nacional vai ter amanhã em Bruxelas (estádio Heisel, 15.00), o mais difícil e importante confronto desta temporada, ao defrontar a Bélgica no jogo único de "play-off" de acesso ao Rugby Europe Championship, o mais alto patamar do râguebi do velho continente, de onde Portugal saiu em 2016.

E ao qual terá rapidamente que regressar, pois embora possa sofrer, aqui e ali, alguns pesados desaires (perante adversários fortíssimos como Geórgia e Roménia), só assim os melhores jogadores nacionais poderão evoluir. Não é dando 59-0 à paupérrima Moldávia...

Depois de um imaculado trajeto - já são sete triunfos consecutivos na época, igualando o recorde de sempre do quinze nacional, obtido entre março de 1984 e outubro de 1985, pelo que uma vitória corresponderá à mais longa sequência de êxitos de Portugal no râguebi internacional - os Lobos enfrentarão uma das seleções europeias que mais tem evoluído nos últimos anos, comandada pelo técnico francês Guillaume Ajac e que tem no "pack" avançado a sua arma preferencial. Refira-se que entre os 26 pré-convocados para o jogo de amanhã mais de metade dos belgas alinha em clubes franceses - mas apenas um no Top 14 (Racing 92).

Os "Diabos Negros" foram últimos no Championship, somando só derrotas pese embora a excelente réplica que ofereceram à Rússia (18-25) e Alemanha (29-34). Mas o ter jogado toda a época a um nível superior deu aos belgas um ritmo que poderá ser decisivo frente a um quinze português que também deverá estar em boa forma física dado que 18 dos 23 convocados estiveram presentes nas meias-finais ou na final da Divisão de Honra realizadas nos últimos dois fins-de-semana.

Esta época as duas equipas já se defrontaram, em novembro, na partida de estreia de Martim Aguiar como selecionador nacional, tendo Portugal ganho por 26-21, em Setúbal. Aliás, nos anteriores 14 duelos os Lobos averbaram 10 triunfos e apenas duas derrotas, em 1987 e 1994. Ou seja, há 23 anos que a equipa portuguesa não sabe o que é perder com os belgas...

A seleção nacional vai apresentar seis alterações relativamente ao quinze que, no último jogo, foi a Odessa bater a Ucrânia, por 31-17. Para lá do regresso dos "franceses" Pedro Bettencourt e José Lima - que se juntam a Adérito Esteves, no trio de únicos atletas que alinham fora do nosso país, quando face à importância decisiva do encontro, teria sido ajuizado tentar tudo para reforçar a sério a seleção... -, registar-se-á a estreia do 2.ª linha australiano e campeão nacional pelo CDUL, Geordie Mcsullea, elegível para representar Portugal pois vive por cá há mais de 36 meses consecutivos. Uma referência ainda para a ausência do pilar de Direito, Francisco Bruno, habitual titular da seleção e que nem sequer foi convocado. Murmura-se que por motivos disciplinares...

Portugal vai assim alinhar de início com: Pedro Bettencourt; Gonçalo Foro, Tomás Appleton, José Lima, Adérito Esteves; Nuno Penha e Costa, Francisco Pinto Magalhães (cap.); Vasco Fragoso Mendes, Miguel Macedo, João Lino, Gonçalo Uva, Geordie Mcsullea, José Leal da Costa, Duarte Diniz e Bruno Medeiros.

No banco estarão as opções João Vasco Corte-Real, Nuno Mascarenhas, Diogo Hasse Ferreira, Sebastião Villax, Rafael Simões, Nuno Sousa Guedes, Pedro Leal e Manuel Vilela.

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