Portugal disponível para continuar cooperação na defesa
O ministro da Defesa português, João Gomes Cravinho, disse esta quinta-feira em Díli que Portugal está disponível para continuar a apoiar Timor-Leste no setor da defesa, inclusive no processo de formação da Autoridade Marítima timorense.
Cravinho falava aos jornalistas após ser recebido pelo seu homólogo Filomeno Paixão no Aeroporto Nicolau Lobato em Díli, onde chegou no mesmo avião em que viajou o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues. Ambos vão participar nas comemorações dos 20 anos do referendo da independência de Timor-Leste.
"Estou disponível para ouvir, quero ouvir da parte do meu homólogo quais as ideias que tem e quais as necessidades que sentem. A nossa disponibilidade é total, temos uma grande abertura para apoiar quer seja na área marítima, quer seja no componente terrestre", afirmou João Gomes Cravinho.
"Primeiro quero ouvir e depois identificar formas de responder aquilo que sentem ser as maiores necessidades", disse, referindo-se a uma reunião prevista para esta quinta-feira com o seu homólogo timorense.
Hoje tem já previsto um encontro alargado com Filomeno Paixão que permitirá "passar em revista todos os aspetos da cooperação técnico-militar entre Portugal e Timor".
"O nosso compromisso com Timor é um compromisso de longo horizonte, muito prolongado. Estamos sempre disponíveis para ver como podemos aprofundar, melhorar, a nossa cooperação", disse Cravinho.
Filomeno Paixão também destacou os laços entre os dois países, considerando prioritária a questão marítima, especialmente dada a exploração de petróleo e gás na costa sul.
"Portugal é um parceiro importantíssimo, com fortes laços culturais e de língua. Portugal sempre contribuiu desde o início até agora. Espero que continuemos a trabalhar a longo prazo", disse Paixão.
Cravinho representa o primeiro-ministro nas comemorações do referendo da independência, trazendo de António Costa "uma mensagem de alegria, de fraternidade de Portugal e Timor-Leste".
"Um momento para lembrarmos as grandes amizades que fizemos juntos e projetar outras caminhadas para o futuro", afirmou.
Paralelamente, e durante a visita oficial de três dias, o ministro da Defesa tem ainda previstos encontros, entre outros, com o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo e com o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak.
À margem do programa oficial das celebrações, o ministro da Defesa terá uma reunião de trabalho com os elementos envolvidos nos projetos de cooperação no domínio da Defesa e visitará o monumento de Aileu, a sul de Díli, onde estão sepultados militares e civis portugueses massacrados na 2ª Guerra Mundial.