Portugal - Um Dia de Cada Vez: Etnografia de amor às gentes

João Canijo e Anabela Moreira realizaram uma visita aos lugares mais remotos do país.
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Encontramo-nos no reboliço da cidade, para falar do marasmo que se encontra a norte do país, na região interior. Anabela Moreira e João Canijo, juntos numa corealização, dirigiram-se às terras entre Trás-os-Montes e Alto Douro, para recolher amostras do quotidiano de pessoas ligadas a uma existência simples. O filme chama-se Portugal - Um Dia de Cada Vez, e surge na ramificação de outro projeto: "Partiu de uma revisitação dos Guias de Portugal da Gulbenkian. E tratava-se de comparar esses textos com o que existe agora nos lugares descritos. Mas os sítios são habitados, e desde o princípio que se pensou que a Anabela iria descobrir, iria ao encontro das pessoas locais, e isso autonomizou-se", diz o realizador ao DN.

Anabela complementa a ideia de uma forma mais íntima: "Os Guias de Portugal, sendo um olhar mais sobre a paisagem arquitetónica, levou-nos a esta outra essência: as pessoas. E daí surgiu o presente filme, que é um ato de amor pelo que nós encontrámos no interior do país. Eu venho de uma família de pessoas que viviam em aldeias, e aquela realidade existe, de facto, no mundo inteiro. Não estamos a querer julgar o que ali está. Eu encontrei aquelas pessoas, o João ajudou-me a escolher sobre quais é que me deveria debruçar, e o sentimento que está no filme é espontâneo, não o procurámos. Depois, claro, já sentados com o João Braz, o montador do filme, fomos decifrando o que nos surgia. E é triste, mas essa é a minha interpretação."

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