Porque é que Jorge Jesus não vai ganhar a Champions
Ao fim de dez jornadas, de uma maneira ou de outra, criou-se uma hierarquia do primeiro terço da Liga: Sporting, FC Porto, Benfica. Os dois primeiros ainda não perderam, o Benfica já tem três derrotas; Benfica e FC Porto voam a boa altura na Liga dos Campeões, o Sporting acumula desaires europeus desconfortáveis.
FC Porto e Benfica deram boa resposta em semana europeia, mostrando capacidade para alcançarem outros patamares. Em particular o FC Porto, em que, finalmente, ao fim de ano e meio, se viu uma equipa de Lopetegui a mandar no jogo no meio-campo adversário. Ainda nem chegámos ao primeiro terço do campeonato, são tão candidatos como o Sporting. Ou mais.
É hoje claro que os recursos de que dispõe Jorge Jesus são menores do que aqueles que têm os seus rivais. E daí a decisão de concentrar todas as forças no campeonato, esquecendo tudo o que se possa colocar de permeio: de resto, veremos o que acontece no final deste mês, quando o leão tiver de enfrentar Benfica, Lokomotiv na Rússia e Belenenses consecutivamente. É que já não vai ser possível jogar com os suplentes em Moscovo, a menos que abdique por completo do orçamento.
Hoje nenhum treinador pode dizer que não quer saber de orçamentos, como disse nesta semana Jorge Jesus, e muito menos ainda num clube sob resgate bancário, como é o Sporting. Foi mais uma gafe grave para alguém que nesta mesma semana dizia que queria ganhar a Liga dos Campeões. Nesses clubes os treinadores, muitas vezes, têm de ir aos conselhos de administração dar explicações e traçar objetivos. E isso não se pode fazer sem saber o que é o orçamento...