Poroshenko quer cimeira europeia em Donetsk e em Ialta

Presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia reafirmaram durante cimeira apoio a Kiev
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Petro Poroshenko reforçou as aspirações europeias da Ucrânia numa cimeira em Kiev com os líderes que representam a UE. O presidente ucraniano agradeceu o apoio no conflito com a Rússia e disse esperar que um dia possa realizar uma cimeira europeia nas regiões ocupadas.

"Espero que, um dia, possamos realizar outra cimeira UE-Ucrânia em Donetsk e em Ialta", disse ontem o chefe do Estado, referindo-se, respetivamente, às cidades situadas no Leste separatista da Ucrânia e na Crimeia, que foi anexada pela Rússia.

Poroshenko agradeceu a "mensagem articulada" dos Estados membros da UE "de que as sanções permanecerão em vigor" até que a Rússia adote plenamente os compromissos assumidos no âmbito dos acordos de Minsk, para a resolução da guerra no Leste da Ucrânia.

"A UE deixou claro que está firmemente com a Ucrânia contra a agressão da Rússia", disse por sua vez o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, reiterando o "apoio contínuo à integridade e soberania territorial da Ucrânia. Não reconhecemos a anexação ilegal da Crimeia". A 28 de junho a UE prolongou as sanções económicas contra a Rússia.

Tusk referiu-se ao acordo de associação, totalmente ratificado desde ontem, que entrará formalmente em vigor a partir de setembro, mas já é parcialmente aplicado na Ucrânia "no setor da energia, no setor sanitário e fitossanitário e na contratação pública", estando mais atrasado nas áreas dos "transportes, relacionamento comercial com os clientes, cuidados públicos de saúde, ecologia", exemplificou a politóloga ucraniana especialista em questões europeias Liubov Akulenko ao DN.

"Foram dados mais passos nos últimos três anos do que nos 25 anteriores [e] a Ucrânia deve orgulhar-se do que conseguiu", disse o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, na declaração final, referindo-se ao acordo que prevê a adaptação da Ucrânia aos padrões europeus, através de um conjunto de reformas e de harmonização de leis.

"No dia 11 de junho, há precisamente um mês, os ucranianos alcançaram plenamente o gosto da liberdade europeia: viajar para a União Europeia sem visto", congratulou-se o presidente ucraniano Petro Poroshenko, revelando que "mais de cem mil detentores de passaportes biométricos na Ucrânia já fizeram as suas viagens sem visto".

No âmbito do acordo que foi assinado em 2015, o governo ucraniano comprometeu-se durante esta cimeira com a União Europeia a realizar reformas para conseguir ver libertada uma parcela de 600 milhões de euros até ao final do ano. Esta verba deverá sair de um pacote global de ajuda macroeconómica cujo valor ascende a 1800 milhões de euros.

Em Bruxelas

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