População da Austrália poderá atingir os 25 milhões de habitantes

Primeiro-ministro quer reduzir para cerca de 80 mil o número de migrantes que todos os anos chegam ao país
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Esta terça-feira a população da Austrália deverá chegar aos 25 milhões de habitantes, o que desencadeou um debate sobre a migração e o congestionamento das cidades. Um dos tópicos a debater será sobre a evolução da migração, que poderá ter um rápido crescimento ou continuar a beneficiar a população.

Enquanto as cidades de Sydney e Melbourne contam com cerca de dois quintos da população, a maioria dos habitantes australianos concentra-se junto à costa. O governo local quer que as pessoas procurem locais alternativos a estas duas metrópoles.

No último ano, a população da Austrália cresceu 1,6%, correspondendo a cerca de 388 mil pessoas. Destes, 62% eram migrantes provenientes maioritariamente da Índia, da China, do Reino Unido, das Filipinas e de África do Sul.

Segundo o Banco Mundial, a população da Austrália, em termos de demografia, ocupa a 77.ª posição do ranking mundial, sendo que a média da população ultrapassa os 1,1%. Por outro lado, dentro da OCDE verifica-se um rápido crescimento de países como o Luxemburgo, a Turquia, a Nova Zelândia e Israel.

"Se compararmos a Austrália com outros países semelhantes, estamos concentrados ao longo da costa leste. Não estamos a maximizar toda a terra firme. Parece que crescemos mais do que para cima, e isso causou alguma preocupação e pressão na infraestrutura. Tem havido muito planeamento para as cidades e o futuro", disse à BBC a demógrafa Liz Allen, ao mesmo tempo em que argumentou que a Austrália tem mantido a sua taxa atual desde 1947 (11,6%), apesar de se verificar um aumento de 2,1% em 2009.

Ainda segundo Allen, o ideal seria haver entre 160 mil e 210 mil migrantes. "Esta ótima faixa terá os melhores impactos no PIB per capita. A migração está a dar vida a esta nação", afirmou.

O Gabinete Australiano de Estatísticas dá conta do facto de 67% da população residir nas capitais estatais e territoriais, excetuando Hobart, com 44% da população da Tasmânia, e Brisbane, com 49% da população de Queensland.

20% do território australiano é considerado um deserto, o que levou o governo a considerar que tenha havido um "problema de distribuição". "Existem várias cidades na Austrália que querem mais pessoas", disse esta terça-feira o ministro da cidadania australiano Alan Tudge.

Já o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, quer reduzir para cerca de 80 mil o número de migrantes que todos os anos chegam ao país.

"Neste momento, temos salários estagnados, moradias inacessíveis, infraestruturas congestionadas, e não há dúvidas de que a taxa de imigração tem um impacto sobre todas estas coisas", disse Abbott à rádio australiana 2GB.

Porém, a oposição não concorda com estas afirmações, e baseia-se em estudos da OCDE para sustentar a teoria de que os migrantes quase não tiveram efeito nos preços das habitações.

Entretanto, o tesoureiro australiano, Scott Morrison, disse que a redução da migração irá provocar efeitos negativos na economia local.

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