Ponte em Itália desaba. Há 26 mortos confirmados

Bombeiros encontraram vários carros esmagados com pessoas sem vida no interior. Há uma criança entre as vítimas mortais
Publicado a
Atualizado a

Uma parte central - cerca de 100 metros - da Ponte Morandi, em Génova, Itália, desabou esta terça-feira de manhã, causando 26 mortos confirmados e 15 feridos, novo deles em estado muito grave. Uma das vítimas mortais é uma criança, que seguia num dos carros que caiu quando a ponte colapsou.

O presidente da região italiana de Ligúria, cuja capital é Génova, Giovanni Toti, chegou a apontar um número de vítimas mortais superior - na altura, 25 - e alertou que esse "número irá aumentará consideravelmente". Os bombeiros avançaram um novo balanço de vítimas mortais: 35. No entanto, o governo ainda mantém os 26 como número oficial. Na noite de terça-feira já tinham sido identificadas 19 vítimas.

Em conferência de imprensa, a Proteção Civil italiana revelou que caíram da ponte 35 carros e três camiões.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, já enviou as suas condolências ao povo italiano. "Estou profundamente entristecido pelo colapso de hoje de uma ponte em Génova que tirou muitas vidas. Em nome da Comissão Europeia, exprimo as minhas mais sinceras condolências às famílias e amigos das vítimas mortais e ao povo italiano", disse Juncker através de um comunicado, citado pela agência Efe.

O ministro das Infraestruturas, Danilo Toninelli, falou à Rai para garantir que os responsáveis serão chamados a "pagar até às últimas consequências". "As primeiras informações apontavam para que a manutenção tinha sido feita mas isso não pode ser verdade. Estas tragédias não podem acontecer num país civilizado como Itália. A manutenção vem antes de qualquer coisa e os responsáveis devem pagar até às últimas consequências", disse em declarações ao telejornal da hora de almoço em Itália.

Entretanto, Toninelli revelou que a manutenção da ponte é responsabilidade da concessionária Autostrade per l'Italia.

O governante explicou ainda que nos 60 dias de governo deram ordem para que se fizesse a manutenção e monitorização de todos os viadutos. E quase todos os que foram construídos entre as décadas de 1950 e 1970 precisam de manutenção regular. "Este governo investirá nessa área, para evitar que aconteçam mais tragédias deste tipo." O ministro lamentou ainda a falta de manutenção nestas estruturas.

Segundo a Rai, que cita as equipas de resgate no local existem "vítimas mortais". Há dezenas de mortos "entre aqueles que caíram e os que foram apanhados na queda dos escombros". Os bombeiros descrevem um cenário macabro: encontraram vários carros esmagados com pessoas sem vida no interior.

Sete pessoas já foram retiradas com vida de entre os escombros e transferidas de helicóptero para os hospitais da cidade.

"Há quatro códigos vermelhos: múltiplas lesões traumáticas, na cabeça e coluna vertebral, e ainda três vítimas com fraturas"- disse à Rai Carlo Bottaro, diretor da Proteção Civil de Génova.

Há ainda várias pessoas traumatizadas, como "mulheres e crianças que testemunharam o colapso da ponte, acrescentou. A caminho está já uma unidade psicológica e psiquiátrica.

Como medida de precaução, alguns edifícios próximos da ponte estão a ser evacuados.

Segundo os media italianos, a ponte, que passa por cima de uma autoestrada - a A10 - entrou em colapso, o que poderá ter acontecido devido à tempestade que se abateu sobre a cidade durante a noite.

Está ainda a ser equacionada a hipótese de falha estrutural.

As duas faixas de rodagem desabaram pouco antes do meio-dia. Neste momento, há equipas de busca, apoiadas por cães, à procura das vítimas.

Segundo a Rai, sob o viaduto da ponte existem centros comerciais e armazéns industriais, bem como alguns edifícios residenciais.

Segundo testemunhos, há várias pessoas feridas. "Cruzámos a ponte por volta das 11:15 da manhã, havia muito tráfego, carros e especialmente camiões alinhados, estava a chover, mas não notámos nada de estranho", contou um jovem casal que atravessou a ponte pouco antes da tragédia.

O ministro dos transportes e infraestruturas italiano, Danilo Toninelli já reagiu no Twitter, garantindo estar a acompanhar o que pode vir a ser "uma imensa tragédia". Adiantando que está a caminho do local acompanhado pelo vice-ministro Rixi.

Também o ministro do Interior e vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, publicou várias fotografias no Twitter onde mostra estar a acompanhar a situação. Agradeceu ainda aos 200 bombeiros que estão no local à procura de sobreviventes.

As vítimas mortais e os feridos são todos ocupantes dos veículos que caíram no vazio quando a ponte desabou. Os habitantes das casas próximas e os ocupantes de automóveis que passavam na estrada localizada debaixo da estrutura não foram atingidos, segundo a Rai.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt