Polícias espanhóis estão a ganhar uma 'guerra'... a das tatuagens
Os polícias espanhóis ganharam um forte aliado numa "guerra" pelas tatuagens que têm mantido há anos: o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska. O governante, que tem uma tatuagem no braço direito, bloqueou uma norma que proibia os agentes de usar tatuagens ou piercings, além de outras regras relacionadas com a forma como os policias se devem apresentar.
O regulamento foi elaborado durante o mandato do antigo ministro do Interior Juan Ignacio Zoido e está a ser revisto desde a mudança de governo em Espanha e a nomeação, a 28 de junho, do magistrado Félix Azón para o cargo de diretor da Guardia Civil.
Este documento, além de proibir os agentes da Guardia Civil de utilizarem em qualquer parte do corpo símbolos que remetam para descriminação sexual, racial, étnica e religiosa, também vetava tatuagens em zonas visíveis do corpo.
Juan Fernándes, porta-voz da Associação Unificada de Guardas Civis (AUGC) explico ao jornal espanhol El País que se as novas normas forem parecidas com as apresentadas pelo anterior governante a associação irá "iniciar os trâmites para a impugnar judicialmente". "Somos guardas civis, mas também fazemos parte da sociedade e evoluímos com ela. Atualmente as tatuagens não têm a mesma conotação de há décadas. Que o próprio ministro do Interior [o equivalente ao ministério da Administração Interna] tenha uma tatuagem, o que o impediria de ser guardia civil, demonstra que não é impeditivo de fazer um trabalho de forma responsável", defendeu.
Na tatuagem de Grande-Marlaska pode ler-se "Sem pena nem medo", expressão utilizada pelo poeta chileno Raúl Zurita como título de um livro que publicou em 2016. Na altura, o agora ministro publicou mesmo uma foto no Facebook onde se vê a tatuagem.
Até agora, é proibido a quem quiser concorrer para a Guardia Civil ter tatuagens, mas não há nenhum impedimento a que as façam depois de ingressar nesta força de segurança.