Polícia turca dispersa manifestantes com gás lacrimogéneo

A polícia turca recorreu hoje ao gás lacrimogéneo e a canhões de água para dispersar as pessoas que se manifestavam em Istambul e em Ancara, para assinalar o primeiro aniversário dos protestos anti-governamentais de junho de 2013.
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Os confrontos começaram em Istambul, onde centenas de manifestantes foram cercados pelas forças policiais na rua Istiklal, perto de Praça Taksim, constatou no local um jornalista da agência noticiosa francesa AFP.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, avisou os manifestantes de que a polícia iria fazer "o que for necessário" para reprimir as manifestações da Praça Taksim.

A polícia enviou para o local cerca de 25.000 homens, bem como camiões com canhões de água e veículos blindados para evitar que os manifestantes chegassem à praça, enquanto Recep Tayyip Erdogan prometia travar os manifestantes com medidas duras.

"Peço a todas as pessoas. Não se deixem enganar. Esta não é uma campanha ambientalista. Não há sinceridade aqui", disse Erdogan a milhares de manifestantes, num comício Istambul.

"Se vocês forem para lá, as nossas forças de segurança receberam instruções claras e vão fazer o que for necessário, de A a Z", salientou o primeiro-ministro.

"Não vão ser capazes de tomar (a Taksim) como fizeram no ano passado, porque são obrigados a respeitas as leis. Se não fizerem isso, o Estado vai fazer o que for necessário para a vossa segurança", alertou.

O discurso foi várias vezes interrompido por 'slogans' dos seus partidários como: "A Turquia está orgulhosa de ti".

No ano passado, o que começou como uma campanha ambientalista para salvar o Parque Gezi da destruição, atraiu cerca de três milhões de manifestantes que expressaram a sua indignação contra as tendências autoritárias do governo islamita de Erdogan.

Oito pessoas morreram e milhares ficaram feridas na violência que se seguiu, quando a polícia reprimiu brutalmente os protestos, recorrendo muitas vezes às bombas de gás lacrimogéneo e a canhões de água.

Apesar de os protestos na praça estarem proibidos este ano, os activistas convocaram uma nova manifestação, abrindo a porta a novos confrontos, depois de a polícia reprimir os manifestantes que tentaram desafiar uma proibição semelhante no dia 1 de maio.

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