Polícia turca detém 73 catedráticos e emite 146 mandados de captura

Autoridades lançaram purga, na sequência da tentativa de golpe de Estado de 15 de julho, para afastar e deter apoiantes de Gulen, acusado de ser o cérebro da operação falhada
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A polícia turca deteve hoje provisoriamente 73 catedráticos, em Istambul e Konya (centro), por alegadas ligações com Fethullah Gulen, acusado de ser o cérebro da tentativa de golpe de Estado na Turquia, noticiaram hoje 'media' locais.

O ministério público turco emitiu 146 mandados de captura, 84 para catedráticos em Konya e 62 para professores da universidade de Istambul.

Até ao momento, 44 catedráticos da universidade de Istambul foram detidos provisoriamente e 29 em Konya, no âmbito desta operação realizada em 17 províncias do país, de acordo com as agências noticiosas turcas Anadolu e Dogan.

A polícia efetuou buscas aos gabinetes dos suspeitos no 'campus' universitário de Istambul e também às suas residências.

O antigo reitor da universidade Selcuk de Konya, o professor Hakki Gokbel, integra a lista dos procuradores turcos, acrescentou a Dogan. A cidade de Konya é um bastião do partido no poder, AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento, islamita conservador).

As autoridades turcas lançaram uma purga, na sequência da tentativa de golpe de Estado de 15 de julho, para afastar e deter apoiantes do movimento de Gulen em cargos na função pública, forças armadas, magistratura, no sistema de ensino e empresas. A operação tem suscitado fortes protestos no estrangeiro.

Gulen, de 75 anos, nega qualquer envolvimento na tentativa de golpe de Estado.

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As autoridades turcas tentam assim cortar as fontes de financiamento da rede de Gulen, inimigo "número um" do Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Gulen vive desde 1999 nos Estados Unidos e Ancara exige com frequência a sua extradição.

Mais de cinco mil funcionários foram demitidos e 80 mil suspensos, anunciou na quarta-feira o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim. Vinte mil pessoas foram acusadas e detidas, acrescentou.

De acordo com a Dogan, a brigada financeira do governo turco começou a investigar mais 18 responsáveis ou proprietários de empresas em Istambul, coração económico da Turquia, suspeitos de financiar a rede Gulen.

Na quinta-feira, esta operação de "limpeza" atacou os conglomerados com um volume total de negócios inferior a três mil milhões de dólares e uma importante confederação patronal, Tuskon, de acordo com a imprensa turca.

Pelo menos 65 empresários estão detidos provisoriamente, mas as autoridades procuram 205 suspeitos.

Omer Faruk Kavurmaci, genro do presidente da câmara de Istambul, Kadir Topbas, do AKP, encontra-se entre as pessoas interrogadas pela justiça turca.

Na rede social Twitter, Kadir Topbas afirmou que "se as acusações forem verdadeiras, Kavurmaci deve sofrer as consequências e ser castigado".

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