Polícia sueca mata jovem com síndrome de Down que tinha pistola de brincar
Uma patrulha da polícia sueca matou a tiro na quinta-feira em Estocolmo um jovem de 20 anos com síndrome de Down que tinha uma pistola de brincar, caso que será alvo de inquérito, anunciou esta sexta-feira o Ministério Público.
"É um incidente trágico e compreendo que muitas pessoas desejam respostas rápidas", declarou, num comunicado, o procurador-geral Martin Tiden, que será responsável pelo inquérito por negligência.
O jovem de 20 anos, identificado como Eric Torell, foi morto a tiro por uma patrulha policial em Vasastan, um bairro residencial em Estocolmo, por volta das quatro horas da manhã de quinta-feira, depois de ter fugido da respetiva casa com uma pistola de plástico de brincar.
"O homem estava armado com um objeto semelhante a uma arma e a polícia interpretou a situação como hostil e abriu fogo", afirmou o procurador, acrescentando que, neste momento, nenhum elemento da polícia é suspeito de qualquer crime.
O jornal diário sueco Aftonbladet noticiou que três polícias abriram fogo contra Eric Torell que, segundo a própria família, tinha as capacidades intelectuais de uma criança de três anos e tinha dificuldades comunicativas.
O gabinete do procurador apenas confirmou que "mais do que um polícia fez uso da respetiva arma de serviço".
Vasastan é um bairro residencial com baixos níveis de criminalidade e encarado como pacato quando comparado com alguns subúrbios da cidade de Estocolmo.
"Estamos completamente devastados (...) estamos em estado de choque", disse a mãe do jovem, Katarina Soderberg, em declarações ao jornal Mitt i Stockholm. "Ele não sabia ser ameaçador. As únicas coisas que ele conseguia fazer era abraçar e beijar", prosseguiu.
O jovem fugia de casa com alguma regularidade, segundo explicou o seu pai, Rickard Torell, que afirma não entender por que razão a polícia disparou contra o seu filho.
"Disseram que ele tinha uma arma falsa. Isso não é verdade. Era um brinquedo, uma pistola em miniatura para crianças de 5 anos em plástico", acrescentou Rickard Torell.
Em reação a este caso, o chefe da polícia local, Ulf Johansson, referiu que se tratou de "uma tragédia para todos os envolvidos". "Respeito e compreendo que este incidente provoque muita raiva", declarou o responsável.
Na Suécia, seis pessoas foram mortas a tiro pela polícia desde o início do ano, segundo as autoridades.