Morte acidental. Polícia espanhola diz que investigação de afogamento de britânicos pode ser encerrada
O caso das mortes por afogamento do pai, de 52 anos, e os filhos, de 16 e 9, todos nacionalidade britânica, num resort em Málaga, Espanha, poderá ter a investigação encerrada em breve, após a conclusão do relatório inicial, diz a polícia espanhola, citada pela BBC .
Um porta-voz da polícia classificou o acidente na véspera de Natal de trágico e atribuiu-o à incapacidade de nadar por parte das vítimas, mas a esposa e viúva das vítimas quer que a investigação continue, depois de ter garantido que os filhos e o marido sabiam nadar. "Acho que havia alguma coisa de errado com a piscina que deve ter tornado difícil que eles nadassem naquele momento", disse Olubunmi Diya num comunicado publicado nas redes sociais.
A polícia entregou as conclusões do seu relatório inicial a um magistrado espanhol e as descobertas serão divulgadas em breve, mas já se sabe que as autópsias dos corpos revelou que a morte se deveu mesmo a afogamento. De acordo com o porta-voz, não há responsabilidade do hotel neste caso.
No entanto, o advogado de Olubunmi, Javier Toro, colocou em causa a profundidade da investigação policial, em declarações à BBC, e questionou a ausência de salva-vidas no local. "É muito raro que três pessoas morram no centro de uma piscina, especialmente no caso de um homem alto e forte. A família não está satisfeita com a interpretação de ser um simples acidente. Não descartamos a opção de abrir uma investigação paralela por meio de diferentes engenheiros para descobrir o que acrescentou", frisou.
As vítimas são Gabriel Diya, de 52 anos, pastor na Igreja Cristã Redentora de Deus (RCCG), com sede em Londres, a filha Comfort e seu filho Praise Emmanuel. Os três membros da família morreram na terça-feira da semana passada ao meio-dia, na piscina do alojamento de férias onde estavam hospedados. Tinham viajado para Málaga no dia 21 de dezembro para passar, com uma terceira irmã e a mãe, alguns dias de férias até 28 de dezembro.
Segundo o relato de testemunhas à Guarda Civil, a criança de 9 anos estava na piscina por volta das 13h30 quando pediu ajuda porque não conseguia sair da água. O irmão mais velho, de 16 anos, lançou-se à piscina para a ajudar e imediatamente depois atirou-se o pai. Nenhum dos três conseguiu sair da piscina - embora existissem várias escadas por onde podiam sair - e os três acabaram por morrer.
Segundo o El País, a equipa do hotel correu em direção à piscina assim que se ouviram os gritos da família. Tiraram os corpos da água e tentaram manobras de reanimação - chegaram a ser usados desfibrilhadores e houve até a intervenção do médico do resort. Quando os serviços de emergência chegaram ao hotel, já só puderam declarar o óbito.
A Polícia Judiciária da Guarda Civil recolheu declarações das pessoas que estavam naquela zona, assim como da mãe dos menores que morreram, que precisou de apoio psicológico.
O proprietário do complexo turístico Club La Costa World, onde a família estava hospedada, garantiu entretanto que a estrutura cumpre todos os requisitos e regulamentos em vigor.
O Club la Costa World adianta ainda já ter tido autorização para reabrir a piscina do complexo turístico.