Polícia dispersa manifestantes anti-UE em Atenas
Diversas formações de esquerda, movimentos sociais e sindicatos tinham convocado para hoje um protesto contra as políticas europeias, mas o Governo suspendeu o direito de manifestação numa vasta zona do centro de Atenas ao alegar motivos de segurança.
"Os cidadãos podem expressar os seus pontos de vista de forma dinâmica, mas também temos a obrigação de proteger" os visitantes estrangeiros, disse hoje o vice-primeiro-ministro Evangelos Venizelos, ao justificar a medida.
Após a concentração de dezenas de pessoas nas portas da Reitoria da universidade de Atenas, um chefe da polícia impôs o prazo de 15 minutos para emitirem declarações aos 'media' e de seguida dispersarem, advertindo que tinha ordem para os prender.
"É inaceitável promover uma conferência de imprensa sob a ameaça de detenções", denunciou Petros Konstantinu, líder da coligação de esquerda radical Antarsya, citado pela agência noticiosa EFE.
Na concentração, onde também esteve presente um responsável da Syriza, outra coligação da esquerda grega e principal força da oposição, acabou por ser detido um membro da direção do sindicato dos trabalhadores do serviço público ADEDY.
As organizações apelaram de seguida a nova manifestação na praça Omonia, no limite da zona de proibição, onde participaram entre 400 e 3.000 pessoas, segundo os números fornecidos pela polícia ou pela organização do protesto.
A concentração tentou dirigir-se de novo para a zona proibida, mas acabaram por ser repelidos pela polícia de choque, que lançou gás lacrimogéneo.
A presidência rotativa semestral da União Europeia (UE), destinada a partilhar a responsabilidade entre os seus membros, perdeu parte da sua importância com a criação em 2009 do presidente permanente do Conselho Europeu, atualmente ocupado pelo belga Herman van Rompuy.
A Grécia cumpre a sua quinta presidência da UE desde a sua adesão ao bloco, em 1981.