Polícia convencida de que Anders Breivik agiu sozinho

O extremista Anders Behring Breivik terá agido sozinho no duplo atentado de 22 de Julho na Noruega, de acordo com o inquérito em curso, revelou hoje a polícia norueguesa, acrescentando que na próxima semana haverá novos interrogatórios.
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"Faremos todos os esforços para identificar todas as pessoas que possam ter cooperado com ele. Mas até ao momento tudo indica que agiu sozinho. Interrogá-lo-emos novamente no início da próxima semana", declarou à agência AFP o responsável pelo inquérito, Christian Hatlo, acrescentando que ser ainda muito cedo para pôr de parte a possibilidade de o autor confesso dos atentados ter recebido ajuda.

"Tudo aponta para que ele estivesse sozinho no momento dos actos. O que nós procuramos saber é se ele terá comprado os materiais ilegalmente" e se quem os vendeu estava ao corrente das suas intenções, indicou o responsável.

Segundo Christian Hatlo, a polícia sabe que Anders Behring Breivik, de 32 anos, está a ocultar informações: "Até ao momento temos conversado com ele de forma relativamente livre, mas já começámos a confrontá-lo, porque está a esconder informações que podem conduzir a polícia a outras pessoas".

A polícia vai também investigar as finanças de Anders Behring Breivik, que afirmou ter juntado grandes quantias de dinheiro. Os investigadores querem saber se é possível efectivamente o extremista ter juntado tanto dinheiro sozinho, explicou Christian Hatlo.

O mesmo responsável disse ainda que um blogger norueguês de extrema-direita, que Anders Breivik disse ser o seu "autor contemporâneo favorito", é testemunha no processo e que o seu computador está a ser analisado.

A 22 de julho, 77 pessoas foram mortas por Anders Behring Breivik, em dois ataques: oito morreram na explosão de um veículo armadilhado no centro de Oslo e 69 pessoas foram mortas a tiro numa universidade de verão do partido trabalhista, na ilha de Utoya.

Breivik confessou ser o autor dos atentados, mas considera que não cometeu qualquer crime e descreve os seus actos como "cruéis" mas "necessários".

Anders Breivik está detido em isolamento numa prisão de alta segurança perto de Oslo. A polícia interrogou-o três vezes após a sua detenção, no dia dos atentados, durante um total de 30 horas.

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