Polícia alemã detém 120 ativistas em manifestação contra uso de carvão

Cerca de 300 manifestantes forçaram entrada numa central elétrica
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A polícia alemã deteve hoje 120 pessoas na sequência de violentos confrontos entre ativistas ambientais e seguranças numa manifestação contra o uso de carvão na região este do país, e dois manifestantes feridos foram levados para o hospital.

Um porta-voz da polícia, citado pela AFP, disse que os confrontos ocorreram no sábado na região de Lausitz, quando cerca de 300 manifestantes forçaram a entrada na central elétrica de Schwarze Pumpe, propriedade da companhia energética estatal da Suécia, Vattenfall.

De acordo com a polícia, um grupo de ativistas atacou os seguranças da Vattenfall, derrubou vedações e invadiu as instalações.

No entanto, uma porta-voz do grupo Ende Gelaende insistiu que foram os agentes da polícia que deram início à violência quando os manifestantes queriam abandonar o local, adiantando que outro grupo de manifestantes, favorável ao uso do carvão, atacou os ambientalistas no decorrer dos conflitos.

Membros do Ende Gelaende têm estado a bloquear a mina Welzow-Sued desde sexta-feira e conseguiram evitar a saída de algumas entregas de carvão que deveriam ter chegado à estação elétrica de Schwarze Pumpe de comboio no sábado, o que obrigou a central a reduzir a sua produção.

Os protestos integram a campanha 'Break Free' ('Liberta-te', na tradução portuguesa) lançada pela organização internacional ambientalista Greenpeace e outros grupos de defesa do ambiente de países como os Estados Unidos, Canada, Brasil, que se opõem ao uso de combustíveis fósseis.

A campanha, que começou no início do mês, termina este fim-de-semana na Alemanha.

A organização disse que mais de duas mil pessoas de vários países europeus participaram nos protestos, bloqueando a linha férrea em alguns pontos por mais de 40 horas.

Segundo a porta-voz do grupo, Ende Gelaende, ainda se vai discutir por quanto tempo vão continuar os protestos.

A Alemanha, que prevê encerrar todas as centrais nucleares do país até 2022, ainda produz 42% de toda a sua eletricidade a partir do carvão.

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