Polícia abre investigação sobre ameaças de morte a Lula da Silva

Em causa está um vídeo de um homem a ameaçar o antigo presidente do Brasil, que recuperou recentemente os seus direitos políticos.
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A polícia brasileira abriu um inquérito para investigar um vídeo em que um homem ameaça matar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recuperou os seus direitos políticos após a anulação de duas condenações judiciais.

"A Polícia Civil do estado de São Paulo abriu uma investigação para apurar os factos", informou a Secretaria de Segurança do estado de São Paulo em comunicado.

Um vídeo com ameaças circulou nas redes sociais poucos dias depois que o juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anulou as sentenças de prisão contra Lula da Silva por suposta corrupção, decisão que devolveu os direitos políticos do ex-presidente.

O vídeo em causa mostra um homem - aparentemente um empresário que vive no interior de São Paulo, segundo a imprensa local - com uma bandeira brasileira amarrada na cintura e uma arma na mão.

O indivíduo dispara alguns tiros, aponta para a sua arma e diz, dirigindo-se ao ex-chefe do Estado (2003-2010), insultando-o e avisando-o que "vai ter problemas".

"Não tente transformar meu país em uma Venezuela. Derramarei meu sangue, mas lutarei por meu país. Farei minha parte. Não vou admitir que transforme meu país em uma Venezuela", diz o homem no vídeo.

A decisão de Fachin, que já foi objeto de recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR), devolve direitos políticos a Lula da Silva, que poderá voltar a ser candidato à presidência nas eleições de 2022, às quais Bolsonaro, líder da extrema-direita brasileira, pretende concorrer pela reeleição.

O governador de São Paulo, João Doria, considerado um possível candidato em 2022, condenou as ameaças ao líder do Partido dos Trabalhadores (PT) e ordenou a abertura de inquérito judicial.

"Não será com base em ameaças, ataques ou tiros que o Brasil encontrará o caminho para a paz, o equilíbrio e o respeito à democracia", disse Doria em nota divulgada ontem à noite por sua assessoria de comunicação.

"A condenação da violência política é uma regra imutável da democracia", acrescentou o governador de São Paulo.

Doria também denunciou publicamente que recebeu ameaças de supostos seguidores bolsonaristas depois de ser forçado a adotar medidas rígidas de distanciamento social para conter a crise da covid-19 no estado de São Paulo, que vive sua pior fase na pandemia.

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