O governo vai apresentar a primeira versão do Plano de Recuperação e Resiliência no dia 14 de outubro e no dia seguinte envia-o para primeira análise da Comissão Europeia..O calendário definido pelo rxecutivo e a que o DN/Dinheiro Vivo teve acesso aponta a audição dos partidos e parceiros sociais nos dias 21 e 22 de setembro, com um debate na Assembleia da República no dia seguinte..O plano, que incorpora as ideias do consultor António Costa Silva, vai servir para absorver os futuros fundos comunitários no período de recuperação pós-pandemia covid-19. E será conhecido na mesma semana em que é apresentado o Orçamento do Estado para 2021..Hoje, Costa Silva apresenta a versão final da sua Visão Estratégica para o Plano de Recuperação para a década, já incluindo os contributos de cidadãos e empresas. Durante um mês o documento esteve em consulta pública a recebeu mais de mil contributos. Cerca de dois terços de cidadãos e os restantes de empresas e instituições..As propostas estão divididas em dez eixos estratégicos, sendo os que receberam mais contributos os dedicados a qualificação, transição digital, ciência e tecnologia (187); território, agricultura e floresta (157); e a fechar o pódio o eixo das infraestruturas (156)..À hora de fecho desta edição, o documento final que será conhecido nesta manhã numa apresentação na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, ainda estava a ser fechado. O DN/DV sabe que o primeiro-ministro, António Costa, estava reunido com o gestor António Costa Silva para acertar os últimos detalhes..Na introdução do documento a que o DN teve acesso, o consultor recorre 15 vezes à expressão "país capaz" para qualificar a população, duplicar o investimento em ciência, de se reindustrializar, de "mudar o destino do interior". Costa Silva deixa ainda um recado. "A política não pode ser feita só de rejeição e de antagonismos exacerbados. Deve contemplar também a adesão a projetos transformadores", acreditando que tal será possível, tendo em conta o interesse manifestado pelos portugueses que enviaram contributos..O documento apresentado por Costa Silva no final de julho propõe algumas medidas e investimentos como a alta velocidade entre Lisboa e Porto ou a aposta no hidrogénio verde que já valeu manifestos e críticas de empresários e académicos..Quanto à alta velocidade, ainda é incerta a sua inclusão no plano que o governo vai levar a Bruxelas. Já outros, como o regresso do incentivo ao abate de veículos em fim de vida para compra de elétricos ou híbridos, poderão ter pernas para andar..O presidente da Partex defendeu também a "necessidade de repensar todo o sistema de proteção social e a sua configuração, porque a pandemia mostrou falhas no acesso aos serviços da população mais pobre, que está fora da economia formal"..Na altura em que foi apresentada a Visão Estratégica o plano foi criticado por omitir os custos de todas as medidas. Costa Silva disse que tinha as "contas todas feitas"..Paulo Ribeiro Pinto é jornalista do Dinheiro Vivo