"Seja qual for o resultado, precisamos de paz". Alemão de 43 anos é suspeito do rapto de Maddie
O suspeito é um cidadão alemão de 43 anos, com antecedentes criminais, que viveu em Portugal entre 1996 e 2007. Está neste momento detido na Alemanha, segundo um comunicado da Metropolitan Police, a polícia inglesa.
Polícia alemã revela que o homem já foi acusado de vários crimes, entre eles abuso sexual de crianças, estando atualmente a cumprir pena "por outras causas", sem especificar quais.
"No passado, o suspeito já tinha sido condenado a pena privativa de liberdade, duas vezes por abuso sexual de crianças do sexo feminino", adianta.
Segundo a Lusa, o Bundeskriminalamt (BKA), o Departamento Federal de Policia Criminal da Alemanha, avança que o homem terá vivido "mais ou menos permanentemente no Algarve durante períodos entre 1995 e 2007, inclusive por alguns anos numa casa entre Lagos e a Praia da Luz" e desempenhado vários trabalhos.
"Durante esse período, exerceu vários biscates na área de Lagos, entre outros, na restauração. Há também indícios que ele também ganhou a vida a cometer crimes como roubos em complexos de hotéis e apartamentos de férias, além de tráfico de drogas", continua a nota do BKA.
Em comunicado, a Polícia Judiciária confirma, "em estreita articulação com as Autoridades Alemãs (BKA) e Inglesas (Metropolitan Police)" que foram recolhidos elementos "que indiciam a eventual intervenção, no desaparecimento da criança, de um cidadão alemão".
A investigação recebeu o nome de "Operação Grange".
A polícia inglesa diz que se trata de um homem "branco, de cabelo curto e louro", tendo cerca de um metro e oitenta de altura. Tinha 30 anos na época do desaparecimento de Madeleine McCann, segundo o detetive-chefe da Metropolitan Police, Mark Cranwell.
"Suspeito identificado como um alemão de 43 anos. Revelamos que era detentor de dois veículos suspeitos que são conhecidos por terem sido usados na altura do desaparecimento [assim como] números de telefone ligados ao desaparecimento de Madeleine [um deles considerado muito significante para a investigação]", segundo o comunicado da Metropolitan Police.
A polícia inglesa identificou uma carrinha caravana branca de marca Volkswagen que o suspeito usou para viver e também um automóvel Jaguar ao qual teria acesso., segundo Mark Cranwell.
Foi ainda enviado um novo apelo internacional por informações relacionadas com o caso.
Kate e Gerry McCann, de Rothley, Leicestershire, já reagiram ao anúncio de uma nova linha de investigação.
"Congratulamo-nos com o apelo de hoje em relação ao desaparecimento da nossa filha Madeleine. Gostaríamos de agradecer às forças policiais envolvidas pelos seus esforços contínuos na busca por Madeleine ", declararam, através de um comunicado.
"Tudo o que desejamos é encontrá-la, descobrir a verdade e levar os responsáveis à justiça. Nunca vamos perder a esperança de encontrar Madeleine viva, mas seja qual for o resultado, precisamos de saber, precisamos de encontrar paz", disseram ainda os pais da criança que desapareceu há 13 anos.
A polícia disse que informações significativas sobre o homem surgiram depois dos investigadores terem feito um apelo, em maio de 2017, no 10º aniversário do desaparecimento de Madeleine McCann.
A ZDF transmitiu esta quarta-feira um programa sobre casos criminais não resolvidos e abordar o caso da menina que desapareceu em 2007, no Algarve.
A televisão alemã descobriu que a polícia encontrara um novo suspeito e esta é a razão pela qual as autoridades decidiram revelar os avanços na investigação.
O programa televisivo alemão revelou pormenores sobre este suspeito e ofereceu uma recompensa a quem tenha informações que o liguem ao caso.
A BKA diz, em comunicado, que serão oferecidos dez mil euros a quem der informação válida sobre o cidadão alemão, agora o principal suspeito do rapto de Madeleine McCann.
"A Polícia Judiciária confirma que, no âmbito da investigação ao desaparecimento de uma criança inglesa, ocorrido no Algarve em 2007, continuam a ser desenvolvidas diligências, para o cabal esclarecimento da situação", lê-se no comunicado da PJ.
A polícia portuguesa está em articulação com as autoridades Alemãs (BKA) e inglesas (Metropolitan Police) "na partilha de informação, na realização de atos formais de investigação e de perícias, em Portugal e no estrangeiro", acrescenta a nota.
"O suspeito em questão, de 43 anos de idade, com antecedentes criminais, residiu em Portugal entre 1996 e 2007 e está atualmente a cumprir pena de prisão na Alemanha", diz ainda o comunicado da Polícia Judiciária.
Kate e Gerry McCann, os pais de Madeleine McCann, já foram avisados do avanço na investigação, segundo a PJ.
"A investigação prossegue", conclui a nota da polícia portuguesa.
Segundo o jornal britânico Guardian, o suspeito, que está atualmente preso na Alemanha, não foi identificado.
Estava nas proximidades do resort da Praia da Luz, no Algarve, na noite de 3 de maio de 2007, e teve uma conversa por telefone que terminou pouco mais de uma hora antes de a criança desaparecer do apartamento onde dormia.
Em 2007, tinha 30 anos - mas foi dito que parecia ter apenas 25 anos. O homem está preso por uma questão não relacionada com o desaparecimento da criança inglesa,
A polícia inglesa divulgou detalhes do número de telefone usado pelo homem e de um número de alguém que terá ligado ao suspeito, além de fotografias da carrinha em que o alemão vivia.
O pedido das autoridades é para que quem reconheça os números revelados, contacte a polícia: (+351 ) 912 730 680) e (+351) 916 510 683.
O mesmo pediu a polícia alemã.
"A nossa principal linha de investigação é este suspeito", disse Stuart Cundy, vice-comissário assistente da Metropolitan Police.
"Ele é o foco principal de nossa investigação, e é por isso que estamos a fazer este apelo, para que nos ajudem na investigação, para provar ou refutar o seu envolvimento", acrescentou o responsável.
"As autoridades investigadoras conhecem alguns dos veículos que ele usava na época, vários pontos de contacto e um número de telemóvel português", acrescenta o Departamento Federal de Polícia Criminal.
O Ministério Público de Braunschweig, no estado da Baixa Saxónia, está também envolvido na investigação porque foi nesta região onde o suspeito residiu antes de deixar o país.
Depois das autoridades alemãs se terem juntado à investigação, juntamente com as autoridades britânicas e portuguesas, em novembro de 2017, ocorreu uma "enorme quantidade de trabalho", salienta a polícia, para que os investigadores pudessem entender tudo sobre as conexões com a Praia da Luz.
Foram divulgadas imagens de uma caravana VW T3 Westfalia, um modelo do início dos anos 80 com matrícula portuguesa, bem como um automóvel Jaguar de 1993 que foi registado na Alemanha.
A 4 de maio de 2007, um dia após o desaparecimento de Madeleine McCann, o suspeito registou o carro na Alemanha com o nome de outra pessoa, numa altura em que a polícia acredita que o carro ainda estava em Portugal.
As autoridades querem informações de quem possa ter visto os dois veículos, que foram apreendidos e estão na posse da polícia alemã.
A Polícia Judiciária reabriu a investigação em 2013, depois de o caso ter sido arquivado pela Procuradoria-Geral da República em 2008, ilibando os três arguidos, os pais de Madeleine, Kate e Gerry McCann, e um outro britânico, Robert Murat.
Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 3 de maio de 2007, num apartamento de um aldeamento turístico, na Praia da Luz, no Algarve.
Madeleine, ou "Maddie", como ficou conhecida, será hoje uma adolescente de 17 anos.
Kate e Gerry McCann, cuja filha desapareceu em maio de 2007, quando tinha apenas três anos e a família se encontrava de férias na Praia da Luz, no Algarve, recusaram-se a participar no documentário.
"Kate e Gerry, bem como a família e os amigos, foram abordados há alguns meses para participar no documentário. Kate e Gerry não tomaram a iniciativa de fazer este documentário e não veem como é que ele ajudará na busca por Maddie, então optaram por não se envolver", explicou Clarence Mitchell, porta-voz do casal, ao jornal The Guardian.
Apesar disso, a produção terá entrevistado mais de 40 pessoas, incluindo amigos do casal, polícias que participaram na investigação (como o detetive Gonçalo Amaral) e jornalistas que acompanharam o caso.
No trailer, é possível ver a jornalista da RTP Sandra Felgueiras, mas também participam os jornalistas britânicos Anthony Summers e Robbyn Swan, que escreveram um livro sobre o caso.
Entre as 140 horas de depoimentos recolhidos incluem-se ainda declarações de dois dos suspeitos, na altura, o britânico Robert Murat e o russo Sergey Malinka, assim como os especialistas em proteção de menores Jim Gamble e Ernie Allan. Brian Kenndy, o empresário milionário que ajudou a financiar a investigação inicial, também prestou declarações para o filme.
Em 2017, Pedro do Carmo, o então diretor nacional adjunto da Polícia Judiciária, explicava porque considerava o caso Maddie "a pedra no sapato da PJ", distinguindo-o de outros desaparecimentos mediáticos em território nacional.
O inquérito crime foi reaberto em 2011 e decorria em Portugal, em paralelo com a investigação inglesa, e as duas polícias têm "partilhado informação". Dez anos depois, ainda não havia pistas novas.
Na altura, dizia não existir um prazo estipulado para a conclusão do inquérito. "Se tivéssemos a certeza de estarmos diante de um determinado crime já teríamos um prazo para respeitar. Mas assim não nos podemos comprometer com limites de tempo para o inquérito", avançou, então.
"O prazo é o de obter resultados. Pelo menos até conseguir algumas respostas ou chegar a um ponto em que assumimos que já não é possível fazer mais", assumia o responsável da PJ".
Em 2017, tinham passado dez anos desde o desaparecimento da filha Madeleine e a família McCann tentava viver uma vida "o mais normal possível", tendo a mãe, Kate McCann, regressado ao trabalho, revelaram os pais numa entrevista à época.
Gerry McCann admitiu que tiveram de encarar a realidade e garantir que a vida dos dois outros filhos, Sean e Amelie, fosse o mais satisfatória possível.
"Infelizmente para nós, a nova normalidade é uma família de quatro [pessoas]. Mas adaptámo-nos e isso é importante. Os últimos cinco anos em particular permitiram que dedicássemos devidamente mais tempo a cuidar dos gémeos e de nós e, obviamente, a continuar com o nosso trabalho", afirmou à BBC, na única entrevista que o casal concedeu a propósito do 10.º aniversário do desaparecimento de Madeleine McCann, e cuja reprodução foi autorizada para outros órgãos de comunicação social.
Apesar do trauma e consternação sentidos, Kate McCann dizia que o casal nunca se culpabilizara pelo que aconteceu, mas confessou que no início não conseguiu regressar ao emprego, tendo ficado a cuidar dos filhos.
"As crianças nem sequer estavam na escola, eu queria estar lá, não queria perdê-los de vista. Havia muita coisa a passar-se, muito trabalho de campanha, muitas emoções. Agora já voltei ao trabalho. Estou a fazer algo diferente do que eu estava a fazer", declarou.
A antiga médica de família continuava envolvida em medicina, mas num cargo diferente, enquanto Gerry McCann, cardiologista de profissão, era também professor na Universidade de Leicester, no centro de Inglaterra, perto da localidade de Rothley, onde a família reside.
No entanto, Madeleine McCann, garantia o casal, continua a fazer parte das suas vidas, seja através das fotografias que estão espalhadas pela casa, seja pelas conversas do quotidiano, seja em épocas festivas como o Natal ou o aniversário, para as quais Kate continua a comprar presentes.
"Obviamente, tenho de pensar que idade ela tem e coisas assim, quando a encontrarmos, se ainda será apropriado. Mas não poderia deixar de o fazer. Ela ainda é nossa filha, será sempre nossa filha", justifica.
Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 3 de maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico, na Praia da Luz, no Algarve.
3 maio: Madeleine, menina britânica de três anos, desaparece do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos num apartamento do aldeamento turístico Ocean Club, na Praia da Luz, Lagos.
Os pais, médicos, jantavam com um grupo de amigos num restaurante do 'resort' a cerca de 50 metros do apartamento. Tinham chegado ao Algarve a 28 de abril.
5 maio: O diretor da Polícia Judiciária de Faro, Guilhermino Encarnação, diz estar em situação de assegurar que a criança terá sido raptada e que todos os caminhos apontam para um crime de rapto, existindo já um "esboço" de um suspeito.
O embaixador britânico em Portugal, John Buck, desloca-se à Praia da Luz, onde anuncia a chegada de três polícias britânicos.
7 maio: As autoridades alargam para 15 quilómetros o raio das buscas em torno do apartamento.
09 maio - Uma turista norueguesa, Mari Olli, de 45 anos, residente em Fuengirola, Espanha, garante ter visto Madeleine numa estação de serviço em Marrocos.
10 maio: O casal McCann é ouvido, pela segunda vez, na PJ, enquanto o apartamento onde estavam alojados volta a ser revistado.
A PJ informa que as buscas da GNR no terreno estão a terminar.
O porta-voz da PJ para o caso assegura que não recai qualquer tipo de suspeita sobre familiares e amigos da criança.
11 maio: A GNR termina as buscas. Empresário escocês Stephen Winyard, dono do ginásio Stobo Castle, em Peebleshire, Escócia, oferece uma recompensa de 1,4 milhões de euros para quem encontrar a menina.
12 maio: Madeleine completaria 4 anos da idade.
14 maio: Robert Murat, a sócia polaca e o seu marido, Luís António, são ouvidos no Departamento de Investigação Criminal da PJ em Portimão. Robert Murat torna-se no primeiro arguido no processo do desaparecimento da menina, ao fim de 14 horas a ser ouvido.
18 maio: O sítio da Internet "findmadeleine.com" - para tentar encontrar a criança e recolher recursos com esse objetivo - recebe 55 milhões de visitas em dois dias, tendo o fundo atingido a quantia de 73.505 libras (cerca de 102 mil euros), anuncia Calum MacRae, diretor da Infohost, empresa escocesa de informática que mantém o sítio da Internet.
23 maio: Casal McCann desloca-se a Fátima. Cerca de um milhar de peregrinos reza o terço na Capelinha das Aparições, na companhia de Gerry e Kate McCann.
25 maio: PJ revela a descrição do presumível raptor. O casal dá a sua primeira entrevista formal desde que a filha desapareceu.
27 maio: O semanário inglês The Observer revela que o então ministro das Finanças britânico e futuro primeiro-ministro, Gorden Brown, pressionou a polícia portuguesa para que divulgasse a descrição de um suspeito.
30 maio: O casal McCann desloca-se a Roma. Na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa Bento XVI conforta os pais e benze uma foto de Madeleine no final da audiência geral.
15 junho: A PJ investiga em Odiáxere (Lagos) um local onde poderia estar o corpo de Madeleine, assinalado por uma carta anónima proveniente da Bélgica e divulgada pelo jornal holandês De Telegraaf. Ao fim do dia, a polícia anuncia que se tratou de mais uma pista falsa.
22 junho: Pais assinalaram 50 dias sobre a data do alegado rapto com o lançamento de 50 balões verdes e amarelos (sinal de esperança no regresso da filha) na Praia da Luz.
No aeroporto em Genebra (Suíça) é mobilizado um importante dispositivo policial depois de duas testemunhas terem afirmado ter visto Madeleine.
28 junho: Um homem de nacionalidade italiana e uma cidadã portuguesa são detidos em Cádis (Espanha), por tentativa de extorsão ao casal McCann. As autoridades portuguesas tinham sido contactadas por uma advogada a quem o italiano teria dito que sabia onde estava a criança.
6 julho: É detido na Holanda um homem por alegada tentativa de extorsão da família McCann.
10 julho: Robert Murat, único arguido no caso, volta a ser ouvido no Departamento de Investigação Criminal (DIC) da PJ de Portimão.
23 julho: Gerry McCann desloca-se aos EUA para encontros e contactos com instituições de combate ao abuso de crianças.
28 julho: Uma psicóloga diz ter visto Madeleine, acompanhada de dois adultos, numa esplanada em Tongres, localidade no norte da Bélgica, perto da fronteira com a Holanda. Foi recolhida para análise uma garrafa por onde a menina teria bebido, mas a pista viria a revelar-se falsa.
31 julho: A PJ, elementos da Polícia britânica e dois cães, especialistas em detetar sangue e odores a cadáver, inspecionam apartamento de onde a menina desapareceu.
04 agosto: Inspetores da PJ, dois polícias britânicos, dois cães, elementos da Proteção Civil Municipal de Lagos e trabalhadores camarários entram na casa de Robert Murat (Casa Liliana), onde efetuam buscas. O porta-voz da PJ para o caso, Olegário Sousa, revela que as diligências são para confirmar ou anular indícios.
06 agosto: PJ faz perícias aos veículos de Robert Murat, no parque de estacionamento subterrâneo em Portimão.
07 agosto: Porta-voz da PJ para o caso admite probabilidade de novas inquirições de pessoas envolvidas no processo, escusando-se a revelar em que qualidade (testemunhas ou suspeitos), remetendo para o resultado das perícias realizadas.
10 agosto: O diretor nacional da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, afirma que o caso está longe de ser esclarecido, apesar de terem surgido novos elementos na investigação.
11 agosto: A PJ admite que Madeleine possa estar morta. Numa entrevista à BBC, o porta-voz da PJ para o caso admite a morte da criança com base em pistas encontradas.
06 setembro: Kate McCann é inquirida na PJ de Portimão durante 11 horas.
07 setembro: O casal McCann volta a ser ouvido no DIC de Portimão e ambos são constituídos arguidos.
10 setembro: O diretor nacional da PJ afirma no programa Prós e Contras, na RTP1, que os resultados de análises a vestígios recolhidos não garantem que o sangue pertença a Madeleine, mas admite que permitem direcionar as investigações.
11 setembro: O relatório preliminar da PJ sobre o desaparecimento da menina é entregue ao Ministério Público (MP), em Portimão, que o remete ao juiz de instrução criminal.
12 setembro: O casal McCann pondera contratar especialistas forenses independentes para analisar o carro alugado (Renault Scenic) que utilizaram em Portugal e que, segundo um amigo da família, está guardado "num lugar seguro".
02 outubro: O titular do processo Maddie e coordenador da PJ de Portimão, Gonçalo Amaral, em declarações ao Diário de Notícias, critica a Polícia britânica, por "andar a fazer o que o casal [McCann] queria". Poucos dias depois foi demitido de funções e afastado do processo da menina inglesa.
08 outubro: Paulo Rebelo, com carreira no combate à droga e na diretoria de Lisboa da PJ, é anunciado como substituto de Gonçalo Amaral à frente do DIC de Portimão e da investigação sobre o desaparecimento de Madeleine.
09 outubro: A imprensa inglesa cita fontes dos laboratórios de ciências forenses de Birmingham que revelam que os últimos resultados das análises ali efetuadas mostram que a polícia portuguesa agiu corretamente ao considerar Kate e Gerry McCann como arguidos no desaparecimento da sua filha.
11 janeiro: O MP pede o alargamento do prazo do segredo de justiça do processo por mais três meses.
02 fevereiro: O diretor da Polícia Judiciária admite que poderá ter havido "precipitação" na constituição como arguidos dos pais da criança.
03 fevereiro: A polícia inglesa recebe as cartas rogatórias com os pedidos da PJ para inquirir os amigos do casal que passavam férias na Praia da Luz no dia do desaparecimento da menina.
O porta-voz dos McCann sustenta que deve ser retirado o estatuto de arguidos ao casal.
13 fevereiro: O ministro da Justiça, Alberto Costa, afirma perante a primeira Comissão Parlamentar que o processo "não foi afetado" pelas declarações do diretor da PJ sobre a constituição de arguidos do casal McCann.
19 março: A PJ devolve os bens apreendidos a Robert Murat.
Dois jornais britânicos pedem publicamente desculpas ao casal McCann, reconhecendo que se enganaram ao sugerirem que eram culpados. "Kate e Gerry McCann: Desculpem", eram títulos da primeira página dos jornais The Daily Express e The Daily Star.
08 abril: Um dia depois da sua chegada a Inglaterra, três inspetores da PJ e da polícia britânica iniciam as inquirições aos amigos do casal McCann que estiveram na Praia da Luz.
10 abril: Casal McCann reúne-se em Bruxelas com um grupo de eurodeputados a propósito da criação de uma rede europeia de alerta para crianças desaparecidas.
13 abril: Robert Murat pede indemnizações por difamação, a vários órgãos de comunicação social britânicos, revela o jornal The Observer. Murat quer processar 11 jornais britânicos e o canal de televisão Sky News por difamação, num processo que envolveria mais de dois milhões de libras (2,5 milhões de euros).
24 abril: Gonçalo Amaral solicita a pré-reforma após 38 anos de serviço, para "recuperar a liberdade de expressão". O advogado de Gonçalo Amaral declara que o inspetor que liderou o "caso Maddie" vai lançar um livro onde irá desvendar "pormenores sobre a investigação" relacionada com o desaparecimento da menina inglesa.
30 junho: Último dia de trabalho de Gonçalo Amaral na PJ de Faro, altura em que declara que o seu afastamento da investigação foi "até perigoso".
17 junho: O primeiro arguido do caso Maddie, Robert Murat, vai receber cerca de 800 mil euros de jornais britânicos que reconheceram ter publicado sobre ele notícias difamatórias e falsas.
21 julho: A Procuradoria-Geral da República, chefiada por Pinto Monteiro, anuncia o arquivamento do processo "por não se terem obtido provas da prática de qualquer crime".
21 dezembro: Os pais de Madeleine McCann lançam mais um pedido de ajuda que acompanha um vídeo onde se vê a criança inglesa a brincar com os irmãos, na casa em Rothley, centro de Inglaterra, em dezembro de 2006. "O Natal é uma época para as crianças. Por favor ajudem-nos a recuperar a nossa filha", apelam Kate e Gerry McCann na mensagem que acompanha as imagens.
09 setembro: O Tribunal Cível de Lisboa proíbe a venda do livro "A Verdade da Mentira" de Gonçalo Amaral, que defende o envolvimento do casal britânico no desaparecimento da filha e ocultação do cadáver, após uma providência cautelar.
A família McCann exige o pagamento de uma indemnização de pelo menos 1,2 milhões de euros ao ex-inspetor da PJ pelas suas declarações consideradas difamatórias a propósito do desaparecimento de Madeleine.
23 setembro: Kate e Gerry McCann afirmam em Lisboa que voltaram a Portugal para "encontrar novas pistas e uma estratégia que permita maximizar a procura" da filha Madeleine.
O casal lembra que houve dois processos judiciais que concluíram que "não há evidências de que Maddie esteja morta ou que eles estejam, de alguma maneira, implicados na sua morte".
12 dezembro: O casal inglês vista a Praia da Luz, amigos e a igreja de Nossa Senhora da Luz, santuário onde admitem sentirem-se "mais próximos de Madeleine", que continua desaparecida.
"Embora a nossa dor seja mais viva aqui, é reconfortante ao mesmo tempo porque nos sentimos mais próximos da Madeleine", refere um comunicado colocado no sítio da Internet "Find Madeleine".
12 janeiro: A providência cautelar da proibição de venda do livro de Gonçalo Amaral "Maddie - A Verdade da Mentira" começa a ser julgada no Tribunal Cível de Lisboa, com o casal McCann a expressar confiança e o ex-inspetor da PJ a pedir "que se faça justiça".
19 outubro: O Tribunal da Relação anula a proibição de venda do livro de Gonçalo Amaral.
05 nov: O casal McCann recorre para o Supremo Tribunal de Justiça.
12 maio - A mãe de Madeleine McCann apresenta em Londres um livro com o nome da filha, obra que estará à venda em Portugal a partir de 23 de maio, em que Kate McCann revelou tendências suicidas e ainda uma profunda depressão.
25 abril: A Scotland Yard diz que tem provas que sugerem que Maddie pode estar viva e anuncia que vai propor às autoridades portuguesas a reabertura da investigação do caso.
02 maio - Em conferência de imprensa em Londres, os pais de Madeleine McCann dizem esperar que a investigação portuguesa ao desaparecimento da filha seja reaberta para tentar colocar fim ao mistério.
26 abril: O livro "A Verdade da Mentira" é devolvido à Guerra e Paz Editores, depois ter sido retirado do mercado em setembro de 2009 por decisão judicial, em processo interposto pelos pais de Madeleine McCann.
04 julho: A polícia britânica informa que abriu uma investigação ao desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann em Portugal e que identificou 38 "pessoas com interesse" para serem ouvidas em toda a Europa. Doze delas são nacionais do Reino Unido que estariam em Portugal na altura em que Madeleine desapareceu", disse o inspetor Andy Redwood da Scotland Yard.
A polícia informa ainda num comunicado que quer ouvir as referidas 38 pessoas e que já está em negociações com os respetivos países.
24 outubro: O MP anuncia a reabertura do inquérito sobre o desaparecimento de Madeleine McCann, na sequência de proposta da PJ e atendendo à "apresentação de novos elementos". O caso é reaberto depois de uma equipa de investigadores da PJ do Porto ter reanalisado o desaparecimento da menina britânica a pente fino.
Os pais de Maddie manifestam-se "muito satisfeitos" com a reabertura oficial do inquérito em Portugal e pedem respeito pela investigação policial.
O Tribunal Cível de Lisboa condena o ex-inspetor da PJ Gonçalo Amaral a pagar 500 mil euros aos pais de Madeleine McCann, por danos causados com a publicação do livro intitulado "A Verdade da Mentira".
O tribunal decreta ainda a proibição da venda e de novas edições do livro, proibindo ainda novas edições do DVD, assim como a venda dos direitos de autor do livro e do DVD.
19 outubro: O Tribunal da Relação decide revogar a sentença do tribunal Cível de Lisboa que obrigava Gonçalo Amaral a pagar uma indemnização ao casal McCann.
31 janeiro: O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) confirma a decisão da Relação em revogar o pagamento de uma indemnização de 500 mil euros por Gonçalo Amaral aos pais de Madeleine McCann.
Os juízes conselheiros do STJ entenderam que, "numa situação de conflito entre o direito à honra e o direito à liberdade de expressão, o critério da ponderação de interesses, atuando segundo o princípio da proporcionalidade e a especificidade do caso, aponta no sentido de ser a liberdade de expressão do réu (Gonçalo Amaral) credora de maior proteção".
23 abril: A Polícia Judiciária anuncia que vai continuar a investigar o desaparecimento de Madeleine McCann, tendo o diretor nacional adjunto, Pedro do Carmo, admitido que se trata de "um caso único na história da PJ e do país".
25 abril: Pais de Madeleine McCann lamentam "tempo roubado" 10 anos após o desaparecimento. "Não há uma forma fácil de o dizer, de o descrever, de o aceitar", referem Kate e Gerry McCann numa mensagem difundida na página de Facebook da Campanha Oficial de Busca por Madeleine, dizendo que nunca pensaram que a filha ficasse desaparecida durante tanto tempo.
25 abril: A polícia britânica ainda tem algumas "linhas de investigação cruciais", afirma o diretor-geral adjunto da Scotland Yard. "Temos algumas teorias sobre o que podem ser as explicações mais prováveis e estamos a investigá-las", afirma Mark Rowley, diretor-geral adjunto da Polícia Metropolitana, acrescentando que a relação com a Polícia Judiciária "é melhor do que nunca".
29 abril: O diretor adjunto da Polícia Judiciária, Pedro do Carmo, garante à Lusa que a PJ nunca sofreu pressões políticas durante a investigação sobre o desaparecimento de Madeleine McCann e que as críticas à atuação da polícia não afetaram o trabalho.
.29 abril: O advogado Rogério Alves, mandatário dos pais de Madeleine McCann, considera à Lusa que uma responsabilização do casal pelo desaparecimento da filha no Algarve, é uma ideia "infundada e absurda" e o que faz sentido é a "tese do rapto".
29 abril: O ex-procurador geral da República Pinto Monteiro destacou como acontecimentos mais marcantes do 'caso Maddie' o dia do desaparecimento da criança e o arquivamento do processo por falta de "provas seguras" que validassem pistas até aí investigadas.
30 abril: Os pais de Madeleine McCann vão recorrer para as instâncias europeias contra a decisão da justiça portuguesa de revogar a sentença que obrigava o ex-inspetor da Polícia Judiciária Gonçalo Amaral a pagar 500 mil euros ao casal.
30 abril: Os pais de Madeleine dizem que a abertura da investigação da polícia britânica foi um grande alívio, depois da desilusão de ver as autoridades portuguesas arquivarem o processo.
27 setembro: O Governo britânico atribui mais 175 mil euros à polícia do país para que continue as investigações, mantendo a investigação aberta pelo menos até março de 2018.
13 fevereiro: O Ministério do Interior britânico está a avaliar um pedido de financiamento adicional para a investigação, diz à Lusa um porta-voz.
14 novembro: O Ministério do Interior atribui mais 150 mil libras (172 mil euros) à polícia britânica para continuar a investigar o desaparecimento de Madeleine McCann.
17 julho: Turistas britânicos com viagens marcadas para o estrangeiro são encorajados a levar cartazes de Madeleine McCann numa campanha oficial lançada pelos pais.
A polícia britânica, em simultâneo com a polícia alemã, divulga que tem um novo suspeito, um homem alemão, de envolvimento no desaparecimento de Madeleine McCann em Portugal em 2007.
O Departamento Federal de Policia Criminal da Alemanha adianta que o cidadão alemão foi acusado de vários crimes, entre eles abuso sexual de crianças.
No mesmo dia, a polícia britânica faz um apelo para localizar um segundo indivíduo com o qual o suspeito esteve em contacto por telemóvel no dia do desaparecimento.
A Polícia Judiciária adianta que prosseguem em Portugal diligências no âmbito da investigação ao desaparecimento da criança inglesa, confirmando as suspeitas de envolvimento de um cidadão alemão detido.