Depois da frustração nos Mundiais 'indoor', em que não foi além da prata, Pedro Pablo Pichardo promete lutar até à última pelo título de campeão do mundo do triplo salto ao ar livre e por superar os 18 metros..O que me passa pela cabeça é o que pensa qualquer atleta, chegar lá e ganhar a competição. É um título que me falta, ainda não ganhei um Mundial ao ar livre -- o de pista coberta também não porque fiquei na prata. Como me falta, vou lutar até à última tentativa para trazer esse título para casa", afirmou o campeão olímpico, em entrevista à agência Lusa..Em 18 de março, o atleta português ficou a 18 centímetros do cubano Lázaro Martínez, na final do triplo salto nos Mundiais em pisca coberta, em Belgrado, onde abdicou dos dois últimos saltos, devido a uma lesão no pé.."Para mim não há derrotas, tudo é uma aprendizagem. Quando perco, ou fico em segundo, terceiro ou quarto, apesar de ficar chateado comigo, é sempre uma aprendizagem. O pior de tudo foi sair da competição sem fazer os outros três saltos e, quem costuma acompanhar as minhas competições sabe que eu deixo um bocadinho para o último salto, senti aquela dor no pé, ao terceiro salto. Fiquei muito triste, porque não acabei a competição, ninguém sabe se ficaria em segundo ou o conseguia ultrapassar, mas foi muito doloroso não acabar a competição", explicou..Desde então, o saltador do Benfica, de 29 anos, só voltou a competir na etapa de Paris da Liga de Diamante, competição que venceu em 2021, e onde, já em junho, com 17,49, só foi batido por dois antigos compatriotas Jordan Díaz, com 17,66, e Andy Díaz, com 17,65..Estes dois rivais estão exilados em Espanha e Itália, respetivamente, num 'percurso' semelhante ao seu, e vão estar ausentes de Eugene.."Eu sou um bocado mais velho do que eles. Quando eu saí, eles eram mais novos do que eu e o governo [de Cuba] proibiu-os de falarem comigo e acho que ficámos por aí. Nunca mais me falaram e nem sequer nos cumprimentámos. Hoje em dia, eles já moram cá fora, acho que já desapareceu o receio da federação, mas ainda não tivemos oportunidade de conversar", admitiu..Os dois, juntamente com Lázaro Martínez e o próprio Pichardo, confirmam que "Cuba sempre foi uma potência no triplo salto", sem que sejam uma surpresa para o português, que gostava de os defrontar no concurso dos Mundiais, em Eugene, que tem as qualificações marcadas para 21 de julho e a final dois dias depois.."Podiam, ia ser uma competição muito boa como foi na Liga de Diamante. Os dois, com o Lázaro Martínez, o [Hugues Fabrice] Zango e os norte-americanos [Christian Taylor e Will Claye], seria uma competição muito boa, que toda a gente deveria assistir. Ia ser muito forte", sublinhou..E, apesar de admitir "um bocadinho" de atraso na preparação, devido à lesão contraída nos Mundiais em pista coberta, em Belgrado, em março, Pichardo não acredita que isso o impeça de ultrapassar, novamente, os 18 metros.."Eu gostaria que fosse nos Mundiais, mas depende de muitos fatores. Depende do dia, do vento, de muitos fatores, não é só chegar lá e fazer 18 metros", rematou..Pichardo chega aos Mundiais com a medalha de ouro olímpica, conquistada em Tóquio em 2021, ano em que se sagrou campeão da Liga de Diamante e da Europa em pista coberta, e com a terceira melhor marca do ano ao ar livre (17,49), atras de Jordan Díaz e Andy Díaz, tendo apenas sido batido em pista coberta por Lázaro Martínez (17,64)..O português, detentor do recorde nacional (17,98), tem como melhor marca pessoal os 18,08 metros alcançados em maio de 2015, quando ainda competia com a nacionalidade cubana, antes de se estrear com as cores nacionais, nos Mundiais de 2019, em Doha, onde terminou, com 17,62, no quarto lugar, atrás de Taylor, Claye e Zango..Portugal já conquistou quatro medalhas no triplo salto em campeonatos do mundo, todas por Nelson Évora, campeão do mundo em Osaka2007, vice-campeão em Berlim2009 e medalha de bronze em Pequim2015 e Londres2017.