Pharol dá ok a novos acionistas na Oi, mas só depois da recuperação

Eventual entrada de acionistas no âmbito de recuperação judicial da Oi ainda não foi decidido pela administração da operadora brasileira
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Entrada de novos acionistas na Oi só depois da aprovação da recuperação judicial da operadora brasileira, defende a Pharol, liderada por Luís Palha da Silva. A maior acionista da Oi contraria assim a posição de Marco Schroeder, CEO da empresa, que admitia a recapitalização da operadora ainda no âmbito do plano de recuperação da companhia, a braços com uma dívida de mais de 65 mil milhões de reais, qualquer coisa como 20 mil milhões de euros.

"A Pharol e os conselheiros por si indicados na Oi já manifestaram em reuniões de conselho de administração e informaram as Autoridades competentes no Brasil de que não se opõem à entrada de dinheiro fresco na companhia, desde que em condições de mercado e exclusivamente para fazer face a novos investimentos", adianta fonte oficial da Pharol ao Dinheiro Vivo. Mas com uma ressalva. "Não se vê que seja desejável ou possível que tal aconteça antes de aprovada a recuperação judicial."

A hipótese da recapitalização da Oi, ainda no âmbito da recuperação, foi admitida por Marco Schroeder. "Consideramos que essa é uma conversa possível, desde que o dinheiro seja para a empresa e não para os credores", disse o CEO da Oi, em entrevista à Valor Econômico.

O que, a avançar, poderia ser um ponto de união de credores e acionistas, que ainda não chegaram a um acordo relativamente ao plano proposto pela administração. "Não há hipótese de que os credores e acionistas não consigam chegar a um acordo. Vamos viabilizar o diálogo em busca de uma equação possível que destrave o processo", diz Marco Schroeder. O CEO não avançou valores para a capitalização, mas segundo a Valor Econômico, poderá ser entre os 2 e os 3 mil milhões de dólares, ou seja, entre 1,8 e 2,8 mil milhões de euros, montantes que coincidem com os declarados pelos interessados na Oi, segundo a publicação económica brasileira.

Mas negociar uma entrada de acionista no âmbito do plano de recuperação da Oi, não está previsto no plano aprovado a 22 de março pelo conselho de administração. Proposta que não agradou nem a obrigacionistas institucionais nem aos bancos credores, que consideram que o plano desenhado pela Oi, que previa por exemplo a entrega de até 25% do capital em troca de dívida, é pouco generoso.

A Oi já veio esclarecer o mercado de que "não foi tomada qualquer decisão com relação a outros possíveis ajustes ao plano de recuperação judicial" aprovado pelo conselho. Mas, admite a operadora brasileira, "continua a manter conversas com credores, potenciais investidores e demais stakeholders com relação ao seu plano de recuperação judicial e às condições básicas de ajustes aprovadas pelo conselho de administração da companhia a 22 de março de 2017, sendo uma das sugestões abordadas nessas conversas uma eventual capitalização da companhia mediante conversão de dívida ou aporte de recursos".

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