A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu esta sexta-feira que é "inviável" a detenção do ex-padre acusado de abuso sexual de crianças e atos com adolescente, que se encontrava em paradeiro desconhecido, e que se entregou à justiça para esclarecimento dos factos, por não ter existido "a emissão de mandados de detenção nacionais ou internacionais"..A PGR salienta, numa nota enviada às redações, que a detenção "nunca foi, pelos advogados presentes, veiculado como sendo o motivo da sua deslocação à PGR"..A PGR confirma que os advogados do arguido José Anastácio Alves se deslocaram durante a tarde desta quinta-feira à PGR, onde verbalizaram pretender que o seu constituinte "fosse constituído arguido e notificado da acusação", e refere que o processo "corre os seus termos no DIAP do Funchal"..De acordo com uma nota divulgada no site do MP em janeiro deste ano, o ex-padre madeirense foi acusado, em março de 2022, de quatro crimes de abuso sexual de crianças e um crime de atos sexuais com adolescente, tendo sido realizadas diligências para o localizar, em França e Portugal, que "resultaram infrutíferas"..O jornal online Observador divulgou esta sexta-feira que o padre tentou na quinta-feira entregar-se na PGR em Lisboa, mas acabou por não ser recebido pela Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, nem notificado formalmente da acusação do MP. Anastácio Alves foi informado de que se deveria apresentar no Tribunal da Comarca da Madeira, sendo o que tem competência por ser a instância onde corre os termos do processo em que é acusado..Em declarações esta sexta-feira à Lusa, o advogado do antigo padre, Miguel Santos Pereira, explicou que o religioso -- sobre quem o Ministério Público (MP) acionou em janeiro um pedido de cooperação internacional para notificar o arguido da acusação - esteve a viver durante o último ano em Portugal "de forma tranquila" e questiona as diligências efetuadas para a sua localização, acrescentando que nada pôde ser formalizado esta quinta-feira na PGR..Em setembro de 2018, quando Anastácio Alves exercia funções em França, a Diocese do Funchal comunicou o seu afastamento da ação pastoral por suspeita de abuso sexual de um menor na região autónoma.