"O assunto que deu origem a uma série de mal-entendidos, com origem numa notícia da imprensa portuguesa, certamente que está a ser resolvido pelos órgãos competentes e, por isso, vamos aguardar que se fale em concreto das conclusões que se vão tirar deste mal-entendido caso", disse João Maria de Sousa, citado pela Angop à chegada a Luanda na segunda-feira proveniente do estrangeiro..Em causa estão os efeitos da notícia publicada pelo semanário Expresso na edição de 23 de fevereiro, em que se referia que João Maria de Sousa estava a ser investigado pelo Ministério Público de Portugal, por alegada "suspeita de fraude e branqueamento de capitais". .Nas declarações à Angop, o PGR angolano considera ter havido "má-fé" na divulgação da notícia do Expresso, que visou "manchar o bom nome do procurador-geral, de entidades nacionais e até do Estado angolano", pelo que aguarda as conclusões, noticiou a agência angolana..A Angop acrescentou que "muitos assuntos" ligados ao relacionamento luso-angolano "estão na mesa"..Na sequência da notícia de 23 de fevereiro do Expresso, o estatal Jornal de Angola, em duas ocasiões, nos dias 25 e 27 de fevereiro, criticou duramente a fuga de informação e as relações bilaterais..Concretamente, no editorial publicado a 27 de fevereiro, o Jornal de Angola defendeu o fim dos investimentos angolanos em Portugal, considerando que ao contrário de outros, o investidor angolano não é bem-vindo..Sob o título "Alvos seletivos", o editorial do único diário que se publica em Angola defende ainda que Portugal "não é de confiança"..Dois dias antes, José Ribeiro, diretor daquele diário, disse "desconfiar" da boa-fé de Portugal nas relações com Angola, e referiu haver "perseguições" aos interesses angolanos..João Maria de Sousa reagiu, num comunicado enviado dia 25 de fevereiro à agência Lusa em Luanda, classificando como "despudorada" e "desavergonhada" a forma como o segredo de justiça foi "sistematicamente violado" em Portugal em casos relativos a "honrados" cidadãos angolanos.