Petição pela mudança das regras da DGS nas escolas supera 4.800 assinaturas
A petição "Pela revisão das orientações da DGS para o ano letivo 2020/2021" conta com 4.840 assinaturas em plena reabertura do ano escolar.
A ação lançada pelo "Movimento Assim Não é Escola" pede a alteração das regras adotadas pelo Ministério da Educação, seguindo as indicações da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Ao contrário do praticado nas escolas na Suécia e na Dinamarca, a DGS impõe o uso obrigatório de máscara facial durante horas seguidas aos alunos a partir do segundo ciclo bem como o distanciamento social. Os intervalos foram praticamente extintos e os alunos não podem comer nas cantinas das escolas.
No caso do uso de máscara facial, a DGS é ainda mais restritiva do que a Organização Mundial da Saúde (OMS), que apenas recomenda a sua utilização em crianças com mais de 12 anos. Mas os pais podem pedir dispensa do uso de máscara em caso de justificação clínica, como asma ou alergias.
O movimento, conhecido pelas palavras-chave (hashtag) #assimnãoéescola, pede "a adaptação das medidas de regresso à escola que promovam a saúde integral" das crianças.
"Acreditamos que é possível conciliar a contingência e assegurar a saúde mental das nossas crianças", lê-se no texto que acompanha a petição.
Os subscritores da petição pedem, entre outras alterações, "a não imposição do distanciamento físico entre crianças" e "que não haja obrigatoriedade de utilização de máscaras por crianças abaixo dos 12 anos. - como é recomendação da Organização Mundial de Saúde".
Pedem também "a criação de momentos educativos e lúdicos onde as crianças acima dos 12 anos possam não ter a máscara colocada, quebrando a obrigatoriedade da sua utilização de forma ininterrupta".
Também o médico e ex-presidente do Conselho Nacional de Ética, Miguel Oliveira da Silva, acusa a Direção-Geral da Saúde (DGS) de excesso de autoritarismo, defendendo que não é impondo regras à população que se consegue um aumento de adesão e maior disciplina. "Não é impondo que se aumenta a adesão das pessoas, pelo contrário", salientou Miguel Oliveira da Silva em entrevista ao jornal i publicada esta sexta-feira.
Portugal pode estar à beira de sofrer um novo reforço de medidas restritivas impostas à população e empresas.
O governo decretou situação de contingência a partir do dia 15 de setembro e o primeiro-ministro convocou uma reunião de urgência do gabinete de crise para esta sexta-feira.
A DGS anunciou ontem que Portugal registou 10 mortes e 770 novos casos positivos a covid-19 nas últimas 24 horas.
O novo coronavírus pode provocar sintomas semelhantes aos da gripe sazonal comum, podendo ser mais grave para a população de risco também suceptível a outras doenças, mas registam-se igualmente casos de positivos sem qualquer sintoma.