Peste negra. China com novo caso suspeito e Rússia proíbe caça à marmota
As autoridades da região norte da Mongólia Interior, uma província autónoma da China, intensificaram as precauções depois de ter sido confirmado que um pastor tinha contraído a peste bubónica. Já há mais caso suspeito no país vizinho Mongólia, um adolescente de 15 anos.
O homem a quem já foi confirmada a doença permanece em condições estáveis num hospital em Bayan Nur, informou a comissão de saúde da cidade em comunicado.
As autoridades locais emitiram um alerta de nível 3, o segundo mais baixo num sistema de quatro níveis. O aviso permanecerá em vigor até ao final do ano, de acordo com a Xinhua.
O outro caso suspeito envolve um adolescentes de 15 anos e foi relatado na segunda-feira na Mongólia, informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
O rapaz teve febre depois de comer uma marmota que tinha sido caçada por um cão, disse a Xinhua.
Dois outros casos foram confirmados na província de Khovd, na Mongólia, na semana passada, envolvendo irmãos que comeram carne de marmota, acrescentou a agência.
Cerca de 146 pessoas que entraram em contacto com os dois afetados foram colocadas em quarentena.
Em Bayan Nur, a comissão de saúde proibiu a caça e o consumo de animais que podem ter a praga - principalmente marmotas - até ao final do ano, e instou as pessoas a denunciarem roedores mortos ou doentes.
A bactéria Yersinia pestis pode ser transmitida aos seres humanos a partir de ratos infetados através de pulgas. Embora a praga altamente contagiosa seja rara na China e possa ser tratada, pelo menos cinco pessoas morreram desde 2014, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde da China.
A peste, causada por bactérias e transmitida por picadas de pulgas e animais infetados, matou cerca de 50 milhões de pessoas na Europa durante a pandemia de Peste Negra na Idade Média. Antibióticos modernos podem prevenir complicações e mortes. A peste bubónica é uma das três formas da peste.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse esta terça-feira que está a monitorar a situação de peste bubónica na China depois de ter sido notificada pelas autoridades de Pequim.
"A peste bubónica está connosco há séculos", disse a porta-voz da OMS Margaret Harris a jornalistas. "Estamos a analisar os números de casos na China. Está a ser bem acompanhado. De momento, não estamos a considerar de alto risco, mas estamos a seguir, monitorizando com cuidado", acrescentou, realçando que a OMS está a trabalhar em parceria com as autoridades chinesas e mongóis.
A agência de saúde da ONU disse que foi notificada pela China em 6 de julho do caso de peste bubónica na Mongólia Interior.
Nos países vizinhos tomam-se precauções. Como medida preventiva, a Rússia intensificou as patrulhas para impedir as pessoas de caçar marmotas perto de sua fronteira com a China e a Mongólia.
Autoridades da região russa de Altai, que faz fronteira com o Cazaquistão, a China e a Mongólia, disseram que as autoridades patrulham a área para impor uma proibição de caçar marmotas e alertar as pessoas sobre os perigos, informou a agência de notícias TASS.
A filial local de Rospotrebnadzor, órgão responsável pela saúde do consumidor, disse que os casos do outro lado da fronteira não representam uma ameaça para as pessoas em Altai, informou a TASS.