Pescanova nega bactérias em camarão e processa DECO

A empresa pesqueira Pescanova negou hoje que os camarões da marca analisados pela DECO contenham a bactéria Vibrio cholerae, esclarecendo que só algumas estirpes são patogénicas e que outras estão presentes no meio marinho.
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"Os produtos da Pescanova analisados no estudo da DECO/Proteste não contêm a bactéria Vibrio cholerae. Apesar disso, esclarecemos que só algumas estirpes são patogénicas. Outras não são e estão presentes no meio marinho, pelo que não é possível inferir que a sua presença em produtos marinhos esteja associada a problemas de higiene", diz a empresa em comunicado. Hoje, a agência Lusa deu conta de um estudo da Associação de Defesa do Consumidor (DECO) em que foram testadas 21 amostras de camarão cru ultracongelado embalado de tamanho médio.

De acordo com a DECO, "o camarão testado obteve bons resultados na frescura", mas foram encontrados problemas nos pesos líquidos escorridos, na vidragem incorrecta, no tamanho inferior ao anunciado e detectadas "bactérias potencialmente patogénicas". "Nas amostras Pescanova, Mar de Altura, Aliada e Pingo Doce detetámos Vibrio parahaemolyticus ou Vibrio cholerae, duas bactérias potencialmente patogénicas que são um indicador de problemas de higiene", denuncia a DECO, assegurando que essas bactérias são destruídas na cozedura. A Pescanova nega e adianta que a bactéria Vibrio parahaemolyticus detetada num dos produtos "não é uma bactéria patogénica, mas sim uma espécie ubíqua, presente de forma natural em todo o habitat marinho".

"As quantidades detectadas no produto não representam qualquer risco para a saúde humana e não são indicativas de problemas de higiene, como é referido", garante a empresa. No entender da pesqueira, houve uma "interpretação errónea da informação" feita por "não especialistas na matéria", o que provocou "graves prejuízos para a Pescanova". A empresa adianta ainda que vai actuar judicialmente "para repor a verdade dos factos".

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