Perigo espreita mais na Linha do Vouga

A maioria dos acidentes ocorre nas 156 passagens de nível desta linha. Durante o ano em curso vão ser suprimidas 50 e automatizadas 80.
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Quem se aproxima da concorrida passagem de nível (PN) sem guarda da Alagoa, concelho de Águeda, não pode dizer que faltam alertas de perigo. Lombas de redução de velocidade e sinalética vertical dão conta da aproximação da via férrea que, ao contrário de outros locais, até é de boa visibilidade.

Ainda assim, os acidentes acontecem. O último teve tal aparato que custa a crer que não tenha tido consequências trágicas.

Um camião que transportava pedra foi abalroado a 20 de Agosto de 2008 pelo comboio, que acabou por descarrilar. O pesado tombou e o motorista sofreu ferimentos ligeiros. A circulação esteve interrompida várias horas.

Por coincidência, na manhã do mesmo dia, uma automotora colidiu com um carro na PN sem guarda de Horta, em Eixo, Aveiro, causando dois feridos ligeiros. Um jovem casal, na pressa de chegar ao emprego a horas, arriscou passar sem parar, escutar nem olhar. Sustos destes são ainda muito frequentes na Linha do Vouga, onde, nos últimos dois anos, ocorreram dois casos com feridos graves e uma vítima mortal.

Nos 96 quilómetros da Linha do Vouga (Aveiro-Espinho e Aveiro-Águeda) restam 156 PN. A média é de uma PN por cada 600 metros de via férrea, na maioria sem guarda.

A Rede Ferroviária Nacional programou para este ano suprimir cerca de 50 PN e automatizar 80. Pretende reduzir em 70% o número de acidentes até ao final de 2011, tendo como referência o ano de 2006 (27 acidentes).

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