Perdão total da dívida não resolveria problema do País
"Se amanhã a 'troika' nos perdoasse toda a dívida, isto é, aceitasse branquear os erros que nos conduziram aqui, nem assim os nossos problemas estariam resolvidos para a próxima década, isso significaria esquecer que há outros défices e outras dívidas em Portugal", afirmou o social-democrata.
O coordenador político do PSD, que falava numa convenção autárquica em Sintra, acusou ainda o PS de "cometer vários erros" quando "vem dizer que o que é necessário para responder a esta crise é mais tempo e mais dinheiro".
"Primeiro [cometem uma] de incongruência quanto ao que assinaram, em segundo lugar uma falta de respeito pelos sacrifícios que as pessoas estão a fazer e em terceiro um erro do ponto de vista conceptual muito sério", criticou, advogando que "não foi por falta de dinheiro que Portugal não deixou de chegar onde chegou".
Numa intervenção de cerca de 45 minutos, Moreira da Silva observou que "o endividamento externo levou a engordar o Estado para que ele pese hoje 50 por cento da nossa riqueza" e que "o desafio passa por reformas estruturais e investimento seletivos na área do conhecimento, da política industrial e da economia verde".
"Aquilo que aconteceu durante um período longo em Portugal deu origem a problemas estruturais, nós somos um dos países da União Europeia com maiores desigualdades sociais, com maior dependência energética, com menores competências ao nível da leitura, das ciências e matemática, o país com maior abandono escolar, com uma dependência alimentar elevada", assinalou.
Para o "número dois" da direção do PSD, os cinco grandes desafios do partido para as próximas autárquicas são favorecer uma "democracia mais participativa", descentralizando "competências do Estado central para o poder local" e "aproximando a política dos cidadãos", melhorar a prestação de serviços, "em especial na área social", fomentar o empreendedorismo, a coesão territorial e a sustentabilidade nas questões ambientais.