Pepsi acusada de usar movimentos sociais para vender
Kendall Jenner está em plena sessão fotográfica quando uma manifestação se atravessa no seu caminho. A fotógrafa, que estava pouco inspirada, decide registar o protesto. A modelo, por seu lado, decide juntar-se aos manifestantes. Pelo caminho, agarra numa lata de Pepsi e depois entrega-a um dos agentes da autoridade.
A cena faz lembrar outras que têm acontecido nos últimos tempos em vários protestos um pouco por todo o mundo, momentos em que um manifestante se afasta do grupo e se aproxima da autoridade num gesto de paz. Por isso, o anúncio, a marca e a modelo têm estado debaixo de fogo daqueles que acreditam que estão a usar os movimentos sociais para vender refrigerante ou a apropriar-se de uma imagem símbolo do movimento Black Lives Matter.
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Essa é talvez uma das mais marcantes do género: regista o momento em que Leshia Evans, que se manifestava em Baton Rouge após a morte de Alton Sterling às mãos da polícia americana.
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O facto de ser branca também tem suscitado algumas críticas.
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A Pepsi apresenta o anúncio como representante "daqueles momentos em que decidimos deixar andar, escolher agir, seguir a nossa paixão", assumindo a inspiração no espírito e ações das pessoas que arriscam.
Pode ver a versão integral aqui:
Num comunicado citado pela BBC, a Pepsi refere que se trata de um anúncio global que reflete pessoas de diferentes esferas que se unem num espírito de harmonia. Achamos que é uma mensagem importante para transmitir".
Situações como as que surgem no anúncio têm-se multiplicado nos últimos meses. No Chile, em setembro do ano passado, a fotografia de uma jovem a enfrentar um agente durante uma manifestação tornou-se viral.
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Em Portugal, há o caso de Adriana Xavier, jovem de Lagos que foi fotografada a abraçar um polícia numa manifestação em Lisboa, em setembro de 2012.