Marcano salvou o dragão no último suspiro

Alex Telles e Zé Luís deram uma vantagem que parecia tranquila para o FC Porto. Só que o Portimonense aproveitou o adormecimento da equipa de Sérgio Conceição para empatar. Foi no último lance do jogo que o desespero portista resultou num golo salvador.
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O FC Porto garantiu este domingo uma vitória arrancada a ferros, por 3-2, em Portimão, diante do Portimonense, um triunfo que esteve ameaçado quando os algarvios recuperaram de uma desvantagem de dois golos. Quando o empate parecia o resultado final, eis que apareceu Marcano a salvar a equipa de Sérgio Conceição de um empate embaraçoso.

Os dragões tiveram uma primeira parte poderosa, imprimindo uma grande pressão quando a equipa perdia a bola, lançando depois o ataque com passes a rasgar a defesa algarvia, à procura da velocidade de Marega, Zé Luís e Luis Díaz.

O Portimonense sentia muita dificuldade em libertar-se desse colete de forças a que estava sujeito, razão pela qual a equipa de António Folha não conseguia ligar o seu jogo, nomeadamente nas saídas para o ataque, razão pela qual o colombiano Jackson Martínez estava completamente desligado do resto da equipa, entregue aos centrais do FC Porto.

O primeiro lance de golo iminente pertenceu a Luis Díaz que, depois de bailar perante Anzai, rematou ao poste. Era o primeiro sinal do que estava para acontecer.

Penálti a abrir o caminho

O golo acabou por surgir aos 25 minutos, num lance em que a rapidez do ataque portista voltou a baralhar as marcações da defesa do Portimonense, com Otávio a cruzar para Jadson que no chão, cortou a bola, segundo o árbitro Rui Costa com o braço, apesar do defesa brasileiro dizer que tinha sido com o peito. Alex Telles aproveitou para abrir o marcador.

O FC Porto empolgou-se com a vantagem e logo de seguida, outra vez Otávio, endiabrado, cruzou para o segundo poste onde Danilo Pereira usou o peito para enviar a bola ao poste. O Portimonense passava por grandes dificulades defensivas e Zé Luís quase fez o segundo, não fosse Ricardo Ferreira salvar com uma defesa para canto.

Ainda antes do intervalo, Pedro Sá errou um passe e entregou a bola a Marega, que libertou Mateus Uribe na direita, saindo daí o cruzamento que apanhou Zé Luís a desviar para o fundo da baliza algarvia. Estava feito o 2-0, resultado que traduzia melhor a superioridade dos dragões.

Os números são a melhor explicação para aquilo que o Portimonense conseguiu fazer no primeiro tempo: zero remates, zero pontapés de canto, duas faltas, 66% de eficácia de passe e 34% de posse de bola.

Algarvios surpreendem em três minutos

O segundo tempo foi diferente, o FC Porto baixou as suas linhas para aproveitar a velocidade dos seus jogadores, nas costas da defesa algarvia, e diminiu também o ritmo que tinha imprimido no jogo.

António Folha aproveitou então para lançar o avançado Marlos Moreno para jogar ao lado do desamparado Jackson Martínez, mas o problema era fazer a bola chegar à área dos dragões. Eram quase sempre utilizadas as bolas longas e altas, mas aí os centrais portistas iam resolvendo com maior ou menor dificuldade.

No entanto, na primeira jogada com cabeça tronco e membros do Portimonense, Marlos Moreno falhou o desvio na pequena área a cruzamento de Anzai, mas Aylton Boa Morte recuperou a bola na esquerda e cruzou com as medidas certas para Dener cabecear à vontade na pequena área.

Os algarvios reentravam no jogo aos 74 minutos e ganhavam tanto ânimo que três minutos depois, Anzai recebeu a bola no lado direito e desferiu um remate em arco que não deu hipóteses a Marchesin. Surpresa! O jogo estava empatado, algo impensável alguns minutos antes, tão evidente era o controlo que o FC Porto tinha no jogo, apesar de ter baixado as suas linhas e diminuido o ritmo da partida.

Alex Telles expulso e golo em desespero

Em desespero, Sérgio Conceição lançou Soares para o lugar de Zé Luís, na tentativa de aproveitar o poder físico e o jogo de cabeça do brasileiro na área contrária. Só que nessa altura o Portimonense tinha ganho uma alma nova e acabou por ser Jackson Martínez, isolado perante Marchesin, a desperdiçar uma grande oportunidade para dar os três pontos à sua equipa.

Nos instantes finais, os dragões foram para a frente, mais com o coração do que com a cabeça, o que nem sempre dá bom resultado e deixa a retaguarda desprotegida. E foi isso que aconteceu. Marlos Moreno isolou-se e quando ia a entrar na área foi agarrado por Alex Telles, que foi naturalmente expulso, mas na cobrança do livre direto Júnior Tavares não conseguiu fazer chegar a bola à baliza portista.

Os instantes finais foram de desespero portista, com muitas bolas despejadas para a área, até que num canto cobrado por Jesús Corina apareceu sozinho Marcano a cabecear à vontade para o golo que salvou o FC Porto de um empate embaraçoso.

VEJA AQUI OS GOLOS

FICHA DO JOGO

Estádio Municipal de Portimão (5 499 espectadores)
Árbitro: Rui Costa (Porto)

Portimonense - Ricardo Ferreira; Koki Anzai, Jadson, Rodrigo Freitas, Júnior Tavares; Romulo (Dener, 53'), Pedro Sá, Lucas Fernandes (José Cevallos, 73'); Bruno Tabata (Marlos Moreno,66'), Jackson Martinez, Aylton Boa Morte.
Treinador: António Folha

FC Porto - Marchesin; Jesús Corona, Pepe, Marcano, Alex Telles; Otávio (Fábio Silva, 90'+3), Mateus Uribe, Danilo Pereira, Luiz Díaz (Nakajima, 72'); Zé Luís (Soares, 81'), Marega.
Treinador: Sérgio Conceição

Cartão amarelo a Marchesin (57') e Ricardo Ferreira (89'). Cartão vermelho a Alex Telles (90'+2).

Golos: 0-1, Alex Telles (25' gp); 0-2, Zé Luís (45'); 1-2, Dener (74'); 2-2, Koki Anzai (77'); 2-3, Marcano (90'+8)

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