Pentágono diz ser "razoavelmente certo" que 'jihadi John' foi morto

Pentágono confirmou ataque e está quase certo que o alvo que procurava foi morto. BBC cita fonte militar garantindo que o 'jihadista' foi atingido
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Os Estados Unidos lançaram, na passada noite, um ataque aéreo na Síria que teve como alvo "jihadi John", um presumível carrasco do grupo extremista Estado Islâmico, anunciou o Pentágono. Numa conferência de imprensa, o coronel Steven Warren - que está em Bagdad - afirmou, que é "razoavelmente certo" que "jihadi John" foi morto, segundo avança o Washington Post.

"Estamos a avaliar os resultados da operação desta madrugada e vamos facultar informações adicionais quando se revelar adequado", afirmou em comunicado, durante a manhã, Peter Cook, um porta-voz do Pentágono, sem revelar na altura se Mohammed Emwazi tinha sido abatido no bombardeamento levado a cabo na cidade de Raqa. A BBC adianta, citando fonte militar, que existe um "alto grau de certeza" de que Emwazi foi atingido no ataque, revelando que o 'jihadista' foi seguido de forma atenta durante um período de tempo.

A Sky News escreve que testemunhas relataram que o hospital foi fechado e que tal, segundo as mesmas, só acontece quando um dos líderes do Estado Islâmico é morto.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse já esta sexta-feira, antes das recentes informações prestadas pelo Pentágono, não haver ainda a certeza da morte do britânico " Jihadi John". "Ainda não podemos ter a certeza de que o ataque foi bem-sucedido", disse Cameron à imprensa em Londres. "Foi um ato de legítima defesa, foi o que devia ser feito", acrescentou.

Mohammed Emwazi ficou conhecido na imprensa britânica como 'Jihadi John' depois de aparecer nos vídeos das execuções dos jornalistas norte-americanos Steven Sotloff e James Foley, dos membros de organizações humanitárias britânicos David Haines e Alan Henning, do jornalista japonês Kenji Goto e de outros reféns.

Nos Estados Unidos, após o anúncio do Pentágono, um responsável militar disse à Fox News haver "uma certeza de 99%" de ter morto Emwazi.

Quem é "jihadi John"?

Emwazi, um cidadão britânico, participou nos vídeos que mostram as execuções dos jornalistas norte-americanos Steven Sotloff e James Foley, do trabalhador humanitário, igualmente norte-americano, Abdul-Rahman Kassig, dos trabalhadores humanitários britânicos David Haines e Alan Henning, do jornalista japonês Kenji Goto, e de uma série de outros reféns", referiu o Pentágono.

Identificado como o homem de cara tapada que surge nos vídeos do Estado Islâmico de decapitação de reféns ocidentais, Mohammed Emwazi, com menos de 30 anos, captou a atenção pelo seu forte sotaque britânico nos vídeos e porque colocava uma faca junto ao pescoço dos reféns, prestes a decapitá-los, antes de cortar as imagens, ficando conhecido como "Jihadi John".

Programador informático de Londres, nasceu no Kuwait, numa família apátrida de origem iraquiana. Os seus pais mudaram-se para a Grã-Bretanha em 1993. Mohammed Emwazi estava referenciado pelos serviços de segurança desde pelo menos 2009.

Fluente em árabe, Emwazi estudou programação informática na Universidade de Westminster, onde existiria um núcleo islamita ativo. Em 2009, ele, sob o nome de Muhammad ibn Muazzam, um outro árabe, Abu Talib, e um alemão, foram impedidos de entrar na Tanzânia e repatriados para a Holanda, de onde eram provenientes. Alegadamente, procuravam chegar à Somália para combaterem ao lado das milícias Al- Shabaab. Foram então interrogados pelo MI5 e terá sido aqui que os serviços britânicos tentaram obter a colaboração de Emwazi.

Segundo o diretor a ONG britânica Cage, Asim Qureshi, o MI5 teria levado Emwazi "a perder dinheiro em viagens de avião para o Koweit [onde pretendia fixar- se], a perder duas oportunidades de casamento e um bom emprego".

(Notícia atualizada às 17:24)

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