As águas do Mediterrâneo ao largo da Turquia e do Chipre podem ficar infestadas com peixes-leão, uma espécie com espinhos venenosos, cuja picada é bastante dolorosa e, por vezes, mesmo fatal aos seres humanos..A União Internacional para a Conservação da Natureza anunciou, esta segunda-feira, que alguns exemplares desta espécie foram encontrados em zonas do Mediterrâneo oriental incomuns.."Mostra que o peixe se está a espalhar, o que causa preocupação", disse Maria del Mar Otero, diretora da organização no The Guardian..Embora raramente letal, a picada do peixe-leão pode causar extrema dor, vómitos e até paralisia respiratória. O impacto nos ecossistemas que habita ou invade são consideráveis: pode dizimar cardumes inteiros e ameaçar a sobrevivência de outras espécies que normalmente asseguram a manutenção das algas. Os seus movimentos lentos e coloração apelativa mascaram o seu caráter perigoso. Nem os tubarões os comem..O peixe-leão é um predador altamente invasivo. Também conhecido como "peixe-fogo diabólico", é nativo do sul do Pacífico e do oceano Índico. Suspeita-se que tenha sido levado para o Mediterrâneo por entusiastas da vida aquática, que terão libertado alguns peixes ao largo de Israel, nos anos 90, ou através do Canal do Suez, vindos do Mar Vermelho, onde proliferam..O eventual impacto da propagação das espécies nas economias locais está, também, a gerar preocupação..Descobertos em 2007 em Cuba, em menos de dois anos tornaram-se dominantes nas águas que rodeiam a ilha. Cuba, Colômbia e Bahamas têm, por isso, encorajado as populações a integrarem o peixe-leão nas suas dietas. Nos restaurantes locais já se serve o peixe tenro, há muito considerado uma iguaria pelos japoneses.