Pedro Mexia: do Governo Sombra para a Presidência da República
Traça o autorretrato com versos de Camões. A desilusão, o desapontamento, o ceticismo, a melancolia consubstanciada na adolescência - palavras do poeta ao longo da entrevista. Diz ainda de si: «Não peço a ninguém para ser parecido comigo.»Não o deseja a ninguém. Pedro Mexia tem 44 anos. Estamos num hotel de Lisboa. Ao longo de uma entrevista de duas horas e meia, um único telefonema de Belém interrompeu a conversa.
Não votou em Marcelo Rebelo de Sousa. Se as eleições fossem hoje, reconsiderava?
Já pensei nisso várias vezes. Se a pergunta equivale a saber se, nestes dois meses, tenho gostado da presidência de Marcelo Rebelo de Sousa, a resposta é sim. Parte da minha relutância face a Marcelo, que exprimi várias vezes no Governo Sombra, prendia-se com o medo de que o lado lúdico, forte nele, fosse incontrolável. Não é isso que tem acontecido. A dimensão mais lúdica que temos visto cumpre uma função, demonstra uma intencionalidade política. E temos percebido que questões melindrosas podem ser abordadas num tom descontraído.
A pergunta é mesmo esta: hoje, votaria nele?
Votaria.
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