Começou por reinventar a tradição oral dos Açores, de onde é natural, com O Experimentar Na M"Incomoda e desde 2015 tornou-se conhecido como uma das metades da dupla Medeiros/Lucas, projeto musical e "quase literário" do qual resultou uma aclamada trilogia de discos. Agora, Pedro Lucas estreia-se a solo como P. S. Lucas, o nome com que assina este In Between, disco já há muito pensado, cujo objetivo inicial passava por "mostrar algumas ideias e esboços de canções compostas ao longo dos últimos dez anos". A vontade de avançar para algo mais concreto começou a tomar forma há cerca de três anos, depois da edição de Sol de Março, o disco que encerrou a trilogia Medeiros/Lucas. "Com a consciência de ainda ter um longo caminho a percorrer", começou a ter aulas de voz, ao mesmo tempo que "começava a dar forma àquele punhado de canções", algumas delas ainda compostas na Dinamarca, onde estudou, viveu e trabalhou seis anos, como barman de cocktails e depois também ligado aos vinhos..Algumas dessas canções foram entretanto ficando pelo caminho e substituídas por outras, igualmente cantadas em inglês, naquele que será talvez o facto mais surpreendente de In Between, especialmente quando comparado com os trabalhos anteriores de Pedro Lucas, sempre tão alicerçados na língua portuguesa. "Será, eventualmente, surpreendente", admite o músico, lembrando no entanto que "o disco abrange um período da minha vida que vai de 2009 a 2019", durante o qual grande parte do seu quotidiano era feito em inglês. "O meu dia-a-dia era totalmente em inglês e mesmo depois de voltar para cá, em muitos aspetos profissionais, ainda continua a ser. Tenho uma convivência muito antiga com o inglês e tudo saiu de forma bastante natural. Além disso, tinha uma grande vontade de avançar por um território totalmente diferente do que tinha feito até agora", explica Pedro Lucas. Para a escrita das letras, Pedro contou com a ajuda do dinamarquês Casper Clausen, vocalista dos Efterklang e dos Liima, com quem chegou a partilhar casa em Lisboa. "Para a minha geração, o inglês é uma forma de comunicar com muito mais gente. Não no sentido de uma suposta internacionalização, porque isso até é mais fácil de concretizar em português, mas apenas como forma de comunicação. Desta forma, por exemplo, os meus amigos da Dinamarca conseguem compreender o que faço, o que até aqui não acontecia", diz..YouTubeyoutubemMOw6aCUg5E.A uma primeira audição são óbvias as referências de mestres como Leonard Cohen, Nick Drake ou Bill Callahan - o próprio o admite -, mas esse tom confessional e intimista serve apenas de ponto de partida para explorar novos territórios musicais, bem mais próximos do jazz e de um certo psicadelismo folk, que embala na perfeição as histórias e personagens que se cruzam em In Between. Uma primeira apresentação ao vivo, em Lisboa, estava já marcada para o início de fevereiro, mas o novo confinamento tornou "improvável" que tal aconteça. Entretanto, pode ser que aconteça como no início do ano passado, quando aproveitou o tempo passado em casa para se "dedicar mais à música e à escrita". O mais certo é que ainda este ano volte a haver novidades de Pedro Lucas: "Já tenho repertório para mais discos e quero voltar a gravar ainda este ano com Medeiros/Lucas mas também outra vez a solo". E novamente em inglês? "Sim, mas depois talvez passe para o português, porque este não é um projeto estanque, bem pelo contrário, existe para poder explorar tudo aquilo que me apetecer".
Começou por reinventar a tradição oral dos Açores, de onde é natural, com O Experimentar Na M"Incomoda e desde 2015 tornou-se conhecido como uma das metades da dupla Medeiros/Lucas, projeto musical e "quase literário" do qual resultou uma aclamada trilogia de discos. Agora, Pedro Lucas estreia-se a solo como P. S. Lucas, o nome com que assina este In Between, disco já há muito pensado, cujo objetivo inicial passava por "mostrar algumas ideias e esboços de canções compostas ao longo dos últimos dez anos". A vontade de avançar para algo mais concreto começou a tomar forma há cerca de três anos, depois da edição de Sol de Março, o disco que encerrou a trilogia Medeiros/Lucas. "Com a consciência de ainda ter um longo caminho a percorrer", começou a ter aulas de voz, ao mesmo tempo que "começava a dar forma àquele punhado de canções", algumas delas ainda compostas na Dinamarca, onde estudou, viveu e trabalhou seis anos, como barman de cocktails e depois também ligado aos vinhos..Algumas dessas canções foram entretanto ficando pelo caminho e substituídas por outras, igualmente cantadas em inglês, naquele que será talvez o facto mais surpreendente de In Between, especialmente quando comparado com os trabalhos anteriores de Pedro Lucas, sempre tão alicerçados na língua portuguesa. "Será, eventualmente, surpreendente", admite o músico, lembrando no entanto que "o disco abrange um período da minha vida que vai de 2009 a 2019", durante o qual grande parte do seu quotidiano era feito em inglês. "O meu dia-a-dia era totalmente em inglês e mesmo depois de voltar para cá, em muitos aspetos profissionais, ainda continua a ser. Tenho uma convivência muito antiga com o inglês e tudo saiu de forma bastante natural. Além disso, tinha uma grande vontade de avançar por um território totalmente diferente do que tinha feito até agora", explica Pedro Lucas. Para a escrita das letras, Pedro contou com a ajuda do dinamarquês Casper Clausen, vocalista dos Efterklang e dos Liima, com quem chegou a partilhar casa em Lisboa. "Para a minha geração, o inglês é uma forma de comunicar com muito mais gente. Não no sentido de uma suposta internacionalização, porque isso até é mais fácil de concretizar em português, mas apenas como forma de comunicação. Desta forma, por exemplo, os meus amigos da Dinamarca conseguem compreender o que faço, o que até aqui não acontecia", diz..YouTubeyoutubemMOw6aCUg5E.A uma primeira audição são óbvias as referências de mestres como Leonard Cohen, Nick Drake ou Bill Callahan - o próprio o admite -, mas esse tom confessional e intimista serve apenas de ponto de partida para explorar novos territórios musicais, bem mais próximos do jazz e de um certo psicadelismo folk, que embala na perfeição as histórias e personagens que se cruzam em In Between. Uma primeira apresentação ao vivo, em Lisboa, estava já marcada para o início de fevereiro, mas o novo confinamento tornou "improvável" que tal aconteça. Entretanto, pode ser que aconteça como no início do ano passado, quando aproveitou o tempo passado em casa para se "dedicar mais à música e à escrita". O mais certo é que ainda este ano volte a haver novidades de Pedro Lucas: "Já tenho repertório para mais discos e quero voltar a gravar ainda este ano com Medeiros/Lucas mas também outra vez a solo". E novamente em inglês? "Sim, mas depois talvez passe para o português, porque este não é um projeto estanque, bem pelo contrário, existe para poder explorar tudo aquilo que me apetecer".