Pedro Dias preso ao lado de homicida de polícias
Pedro Dias, o suspeito dos crimes de Aguiar da Beira, foi na sexta-feira transferido para o Estabelecimento Prisional de Monsanto, a única cadeia portuguesa de alta segurança e onde, segundo o Jornal de Notícias, há 70 guardas para 60 reclusos.
Os motivos da transferência não foram clarificados, tendo o responsável da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), Celso Manata, confirmado a deslocação do recluso e apresentando como razões "os motivos previstos na lei para uma transferência para uma cadeia deste tipo".
O Estabelecimento Prisional de Monsanto é classificado como de segurança máxima e, segundo o último relatório de atividades da DGRSP, "está vocacionado para responder às exigências de segurança, designadamente à criminalidade violenta e organizada, bem como a certas categorias de reclusos cujo comportamento é suscetível de criar situações graves para a segurança do Sistema Prisional e da própria comunidade reclusa".
Neste estabelecimento estão, por exemplo, Allan Shariff, luso-americano que assaltou um banco em Miami através do telefone, ou Marcus Fernandes, luso-brasileiro que cumpre 25 anos de cadeia por ter assassinado dois agentes da PSP há dez anos na Amadora. Aqui estão alguns dos mais perigosos reclusos do país ou aqueles que continuam a colocar problemas de segurança devido ao mau comportamento e relações conflituosas com os guardas prisionais.
E apesar de se encontrar em prisão preventiva, Pedro Dias terá de se sujeitar ao mesmo regime que todos os outros reclusos: ficar fechado na cela durante 22 horas, com direito a duas horas de recreio a céu aberto, sendo que não poderá estar no recreio com mais de dois reclusos em simultâneo; e é a chefia da cadeia que escolhe quais os reclusos podem conviver durante este período.
Um "regime de terror", considera Vítor Ilharco, secretário-geral da Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso, que considera que os presos preventivos não devem estar em prisões de alta segurança e que Pedro Dias só foi para ali transferido por "revanche" do sistema, já que é acusado de ter matado um civil e um agente da GNR, tendo depois escapado às autoridades durante quase um mês.