Peça portuguesa na maior doação dos últimos 100 anos

Valiosa coleção de peças em prata do período renascentista, avaliada em dezenas de milhões de libras, vai ser exibida em Londres. Um dos objetos mais significativos da exposição é um jarro português em prata dourada.
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As quase 500 peças da coleção, descrita como a mais significativa oferta feita a um museu britânico nos últimos cem anos, foi doada pelo colecionador Michael Wellby ao Ashmolean Museum da Universidade de Oxford. Entre outras peças valiosas, a coleção inclui um raríssima taça em lápis-lazuli, feita pelo ourives holandês Paulos van Vianen, avaliada em três milhões de libras (3,5 milhões de euros).

Uma das mais significativas peças que estarão expostas no museu é um jarro de prata dourada feito em Portugal entre 1510 e 1515, com o brasão da Casa Real portuguesa (na foto).

Uma primeira seleção das peças estará temporariamente disponível ao público no próximo mês, na galeria West Meets East do museu, enquanto é preparada uma exposição permanente com toda a coleção.

O responsável pelo departamento de Arte Ocidental do museu, o professor Tim Wilson, afirmou à BBC que "esta é a mais importante coleção de objetos deste tipo em museus do Reino Unido desde a doação de peças de Ferdinand Rothschild ao Museu Britânico em 1898".

A maior parte da coleção foi reunida em 1940 na alemanha e o professor Wilson admite que algumas das peças poderão ter feito parte de saques efetuados pelos nazis. "É perfeitamente possível que objetos deste tipo que colecionadores judeus tinham em quantidade possam ter sido roubados pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial, mas ainda estão a decorrer investigações para apurar se assim foi".

Wilson assegurou ainda que no caso de se provar que algumas das peças tenham sido, efetivamente, roubadas pelos nazis, "o Governo britânico está sempre disponível a resolver qualquer problema que surja devido a queixas de famílias espoliadas nesse período e o museu também estará recetivo a devolver as peças aos seus legítimos donos, se for caso disso".

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