PCP considera coleção Miró de "valor inestimável" para portugueses
O líder parlamentar do PCP considerou a coleção de 85 obras do artista plástico catalão Joan Miró, agora permanentemente no Porto, de "valor inestimável" para "fruição" dos portugueses, após visita à Fundação de Serralves.
"Esta exposição é um elemento marcante de um processo moroso, exigente, para evitar que a coleção fosse vendida, pela calada, no estrangeiro pelo anterior Governo. É de um valor inestimável. Independentemente do valor que as leiloeiras possam querer atribuir, o valor de termos estas obras, o valor de as termos acessíveis aos portugueses e ao estudo da comunidade académicos e artística", disse.
A visita à exposição "Materialidade e Metamorfose", que dá a conhecer 76 das peças do acervo de Miró pertença do Estado, após a nacionalização do BPN, foi incluída nos trabalhos das jornadas parlamentares comunistas, que decorrem até terça-feira, no Grande Porto.
"A importância de se ter travado esse processo, a manutenção da coleção no país e a possibilidade de Serralves construir toda esta coleção, associando-a à sua arquitetura, comprova o crime que teria sido vendê-la em vez de pô-la ao serviço e ao direito à fruição cultural do povo português", continuou, referindo-se ao leilão que chegou a estar previsto das obras através da britânica Christie's, avaliadas em cerca de 40 milhões de euros.
João Oliveira salientou que os trabalhos das jornadas vão contemplar cerca de 20 encontros, visitas ou reuniões com representantes de diversas áreas.
"Não viemos ao Porto apenas para ver os Miró. Sabemos bem o que foi preciso lutar para que aquela coleção pudesse hoje estar em exposição no país", afirmou, vincando que foi a do PCP a primeira bancada a apresentar uma proposta no parlamento para que o conjunto de obras ficasse em Portugal.