PCP acusa direita de querer desestabilizar o país "a todo o custo"
O PCP acusou este domingo o PSD e o CDS de estarem "apostados na desestabilização do país a todo o custo" e afirmou que as opções políticas do PS "são um grave bloqueio à resposta" para resolver os problemas do país.
Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP que discursava perante alguns milhares de participantes no encerramento da Festa do Avante, sustentou que a solução dos problemas do país no quadro de "evolução da nova fase da vida política nacional [...] está confrontada com duas ameaças, que intimamente se articulam com a necessidade da superação de uma perigosa ilusão que permanece".
As ameaças são a "insidiosa ação dos partidos do revanchismo, PSD e CDS, apostados que estão na desestabilização do país a todo o custo" e a que se "desenvolve a partir da UE com o mesmo objetivo de fazer implodir qualquer solução que ponha em causa a orientação da política dominante", acusou o líder comunista.
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"A ilusão", prosseguiu, resulta de se considerar que "é possível" resolver os problemas nacionais "com simples ajustamentos ao modelo imposto pelo processo de integração capitalista da UE e sem o libertar das amarras da política que o conduziu à crise e à ruína".
Jerónimo de Sousa declarou ainda que as opções políticas do PS, em especial as de "não romper com os constrangimentos externos" da UE nem com "os interesses do capital monopolista", constituem "um grave bloqueio à resposta aos problemas do país".
O líder comunista alertou a atual solução política, se "não substitui a necessária e cabal resposta aos muitos e graves problemas" existentes, revelou "a sistemática hostilidade e a forte resistência das forças do grande capital nacional e transnacional e dos seus aliados políticos internos e externos".
No caso do PSD e CDS, continuou Jerónimo, "é vê-los a ampliar mentiras e manobras contra o interesse nacional, da inevitabilidade dos 'planos B' de regresso ao saqueio do povo" à "germânica operação de um novo resgate".
"PSD e CDS intrigam e deturpam para confundir os portugueses. Mentem sobre a solução política e o atual quadro político", acusou o secretário-geral comunista, num discurso de quase uma hora onde clarificou a sua visão sobre a chamada geringonça: essa solução "traduziu-se não na formação de um governo de esquerda, mas sim na formação e entrada em funções de um governo minoritário do PS com o seu próprio programa."
Não há uma maioria de esquerda no Parlamento, adiantou, mas "uma relação de forças em que PSD e CDS-PP estão em minoria, e em que, ao mesmo tempo, os grupos parlamentares do PCP e do Partido Ecologista Verdes condicionam decisões e são determinantes e indispensáveis à reposição e conquista de direitos e rendimentos".