Patriarcado promete cooperar com as autoridades na operação que visou Casa do Gaiato

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O Patriarcado de Lisboa promete "cooperar integralmente com as autoridades", relativamente à Operação "Veritas", levada a cabo pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção, que visou instituições sob sua tutela.

Num comunicado de dois parágrafos, divulgado hoje, ao final da tarde, pode ler-se: "O Patriarcado de Lisboa, como em todas as ocasiões, entende ser dever dessas pessoas jurídicas canónicas, cooperar integralmente com as autoridades competentes, no apuramento da verdade".

No mesmo texto, o Patriarcado afirma ter tido conhecimento pela comunicação social, que, hoje, "algumas entidades canónicas, na área da sua jurisdição, foram alvo de buscas por parte de entidades judiciais, no âmbito de uma denúncia sobre a prática, menos correta, de atos administrativos por alguns dos seus responsáveis".

A Operação "Veritas", levada a cabo pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), deu cumprimento a dez mandados de busca e apreensão.

Iniciada em meados de 2014, a operação incide sobre Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), e sobre a eventual prática de atos de gestão fraudulenta, em entidades com utilidade pública.

Em causa está a aquisição de bens em proveito próprio, sobretudo bens de luxo, por elementos daquelas entidades, disse à Lusa fonte da Polícia Judiciária que adiantou terem sido constituídos dois arguidos -- um dos quais padre e dirigente da Casa do Gaiato -, por suspeitas da prática de peculato.

A operação resulta de um inquérito do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

Também hoje a direção da Casa do Gaiato de Lisboa solidarizou-se com o presidente da instituição, padre Arsénio Isidoro, reconhecendo a sua "imagem de exemplo e generosidade", esperando que "rapidamente a justiça clarifique o manto de suspeição sobre ele levantado".

Em comunicado, a direção da Casa do Gaiato informou que, hoje de manhã, foram efetuadas buscas à Casa do Gaiato de Lisboa, em Santo Antão do Tojal, e que a instituição "manifestou total disponibilidade" para colaborar com as autoridades.

"A direção da Casa do Gaiato manifesta a sua total confiança e solidariedade para com o presidente da direção, padre Arsénio Isidoro, reconhecendo a sua imagem de exemplo e generosidade, fazendo votos para que, rapidamente, a justiça clarifique o manto de suspeição sobre ele levantado", acrescenta o documento.

A Casa do Gaiato tem como finalidade acolher, educar e integrar na sociedade crianças e jovens que, por qualquer motivo, se viram privados de meio familiar normal.

A Casa do Gaiato foi fundada em 1940 pelo Américo Monteiro de Aguiar, e tem sede em Paço de Sousa, nos arredores do Porto.

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