Polícias detêm pastor negro por regar o jardim do vizinho (Veja o vídeo)

Mulher que fez a denúncia admitiu ter-se enganado. Mesmo assim, Michael Jennings foi acusado pelos agentes de obstruir operações governamentais, acusação que foi anulada por um juiz.
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O pastor Michael Jennings estava a regar o jardim do seu vizinho da frente, que havia saído da cidade, quando foi abordado por agentes da polícia de Childersburg, no estado americano de Alabama, no passado mês de maio. Esta semana, foi revelado um vídeo de 20 minutos da câmara corporal de um dos agentes envolvidos na detenção.

Estes agentes estavam a responder à denúncia de que um homem suspeito estava naquela propriedade.

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Jennings explicou à polícia o que estava ali a fazer - aliás, quando foi abordado pela polícia o pastor estava com uma mangueira na mão a regar o jardim - garantido que tinha autorização para estar local, pois tinha-lhe sido pedido pelo vizinho que regasse as plantas.

Quando os polícias lhe pediram a identificação, o pastor negou-se a entregar documentos, alegando que não estava a fazer nada de mal. Anteriormente, já tinha dito que era o pastor Jennings. Depois desta recusa, o homem foi algemado e detido.

Entretanto, os agentes encontraram a mulher que tinha feito a denúncia, que admitiu não saber que se tratava de Jennings, afirmando então que o conhecia e que o pastor e o vizinho da frente eram amigos.

Mesmo assim, o pastor foi levado para a esquadra, acusado de obstruir operações governamentais. Uma acusação que foi anulada em junho por um juiz.

Os advogados de Jennings anunciaram entretanto que o vídeo revela provas que abrem caminho "para uma ação legal contra os agentes", de acordo com o The Washington Post.

"Este vídeo torna claro que estes agentes decidiram que iam deter o pastor Jennings menos de cinco minutos depois de chegarem e que depois tentaram reescrever a história alegando que ele não se tinha identificado, quando isso foi a primeira coisa que ele fez", disse um dos advogados ao Post. "Isto não foi apenas uma detenção ilegal. É sequestro. É irracional, irresponsável e ilegal".

Em declarações à ABC, Michael Jennings adiantou ainda que está a ponderar interpor um processo por discriminação racial contra o departamento policial.

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