Passos e Ricciardi foram escutados seis vezes
Não foram apenas duas, mas sim seis conversas entre José Maria Ricciardi, presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI), e o primeiro ministro, Pedro Passos Coelho, que o Ministério Público considerou como relevantes para o processo que investiga suspeitas de crimes nas privatizações da EDP e da REN.
A revelação do número surgiu através de um despacho de acusação contra jornalistas do Diário de Notícias, Expresso e Correio da Manhã devido a notícias publicadas, em outubro de 2012, as quais davam conta de, pelo menos, duas conversas entre Passos Coelho e José Maria Ricciardi, já constituído arguido no caso, que tinham sido escutadas no âmbito do processo "Monte Branco".
Mas, entre Janeiro e Junho de 2012, ambos falaram seis vezes ao telefone sobre matérias que o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) ainda está a investigar. As escutas com o primeiro-ministro (o telemóvel escutado era o do presidente do BESI) foram remetidas, em setembro de 2012, para o então presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento, que as validou, mantendo-se até agora no processo.
O DN contactou o gabinete do primeiro-ministro, que não quis comentar este dado novo, recordando que Pedro Passos Coelho já tinha afirmado que, por sua vontade, as escutas podiam ser reveladas