O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho defendeu hoje, no encerramento da conferência "The Future of Europe is Science" (O Futuro da Europa é a Ciência) promovida pela Comissão Europeia, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, o processo de avaliação das unidades de investigação científica promovido pela Fundação para a Ciência e a Tecnlogia (FCT), bem como a política do seu governo nesta área..A avaliação dos 322 centros de investigação do País, cuja primeira fase ficou concluída na semana passada, mereceu forte contestação por parte da comunidade científica, depois de se ter ficado a saber que uma das cláusulas do contrato com a entidade externa avaliadora, a European Science Foundation (ESF), era a de que metade dos centros não passariam à segunda fase da avaliação. 131 das unidades retidas decidiram então recorrer e 10 acabaram por ser repescadas, podendo agora aceder à possibilidade de um financiamento de 400 mil euros por ano, durante os próximos cinco anos. Outras 11 vão integrar um grupo de cerca de 40 que ficarão com acesso a verbas para se reestruturarem..Para Passos Coelho, porém, o processo, que ainda está curso, garante "a igualdade de oportunidades" a todos, ao contrário, como sugeriu, do que sucedeu no passado. "É preciso reconhecer que os exercícios de avaliação anteriores não correspondiam aos requisitos de imparcialidade e objetividade", afirmou. A presente avaliação, disse, assegura que "o financiamento público irá para quem o merece e tem mais capacidade de o traduzir em conhecimento e inovação"..Além da defesa do processo de avaliação, Passos Coelho passou em revista as mudanças introduzidas pelo seu Governo na política científica, em defesa "da excelência e da qualidade". Citou a criação de programas doutorais, notando que as bolsas de doutoramento e pós-doutoramento - que diminuíram drasticamente no último concurso - não deixaram de existir. "O concurso individual de bolsas", disse, "mantém-se para áreas não cobertas pelos programas doutorais, ou para áreas emergentes"..Passos Coelho referiu ainda os incentivos fiscais dados às empresas que contratem doutorados, com vista à promoção "da inovação e da transferência de conhecimento científico para o setor produtivo". Essa transferência de conhecimento é essencial para a economia nacional e para a economia europeia, e "não significa "desinvestimento em ciência fundamental". Apesar "das dificuldades nos últimos três anos", o seu Governo, disse, não desinvestiu na área. Os números mostram, no entanto, que a percentagem do PIB gasto em investigação científica, em Portugal, diminuiu de 1,6%, em 2009, para 1,5% em 2012.