Pedro Passos Coelho, candidato único, foi esta noite reeleito por mais dois anos secretário-geral do PSD, prometendo um partido "coeso" na luta contra o que classificou de política de "retrocesso" e "populismo" do Governo PS. Entre 22 161 votantes - bastante mais do que na última eleição, em que tinham participado cerca de 17 mil militantes - obteve 95% dos votos. A maior votação de sempre numa eleição do partido, sendo que em 2014 Passos tinha conquistado 88% dos votos..Na sua intervenção, em que começou por relembrar que o partido que lidera "venceu as últimas eleições legislativas", Passos assumiu a atual condição de "principal partido da oposição", prometendo preparar bem os dois momentos eleitorais que (garantidamente) os social-democratas enfrentarão no seu mandato: "As eleiçõe regionais dos Açores, já no segundo semestre deste ano, e as eleições autárquicas de 2017"..Ao mesmo tempo, deixou bem claro que o partido não deixará de se apresentar como "alternativa" à atual liderança, prometendo "fazer um compromisso reformista com o país, colocando os cidadãos, os portugueses, no topo das prioridades", sem deixar cair as máximas da "segurança e responsabilidade"..Qualidades que não reconhece ao governo de António Costa, que acusou de estar a conduzir um programa "de retrocesso, nas questões essenciais" e pautado pelo "populismo"..Em Lisboa, naquela que é uma das maiores distritais do PSD, e onde votou o recandidato à lideranla, votaram também figuras como Pedro Santana Lopes, Rui Machete, Vasco Pinto Leite, Jorge Bacelar Gouveia e José Dias Ferreira. Um reforço institucional à liderança do candidato único..Esta é a quinta vez que Passos se candidata à liderança do PSD e a quarta que vence. É também a terceira eleição consecutiva em que não tem qualquer oposição. Só teve adversários em 2008, quando perdeu para Manuela Ferreira Leite e em 2010, quando foi eleito pela primeira vez e derrotou Paulo Rangel e José Pedro Aguiar-Branco..A sucessão, antes de ser eleito.Durante a tarde de ontem, após votar no hotel Sana , Passos já tinha aproveitaabordado a qiuestão de ser candidato único, garantindo que tal não se devia à falta de alternativas válidas. "O PSD tem muitas pessoas que poderiam candidatar-se à liderança do PSD e que poderiam ser bons presidentes [do partido]".Em relação ao futuro, garantiu não ser "invejoso" nem obcecado com o cargo: "Não estoupreocupado com quem há-de vir a seguir a mim, porque isto não é uma dinastia"..As farpas contra o atual primeiro ministro também tinham começado antes de ser conhecido o resultado da votação, com passso Coelho a considerar que "está hoje muito evidente para as pessoas que existem dois projetos políticos que têm vindo a confrontar-se". Quanto ao projeto "que é liderado pelo atual governo, é um projeto muito centrado no dia-a-dia, no facilitismo, no imediatismo, às vezes no populismo, infelizmente.".Num discurso semelhante ao que utilizaria após a reeleição, presidente social-democrata acrescentou ainda que "[o governo] que hoje completa 100 dias é um projeto a pensar no passado, na reversão, no andar para trás, nas preocupações mais de natureza imediata."