Passos Coelho pede desculpa aos portugueses por informação errada sobre suicídio
Pedro Passos Coelho voltou a falar sobre os incêndios, admitindo que utilizou uma "informação não confirmada" quando disse que existiam suicídios na sequência da tragédia de Pedrógão Grande, mas voltou a referir a obrigatoriedade do Estado em agir para ajudar as populações.
"Já pedi desculpa pela utilização de uma informação não confirmada. Não devia ter usado essa informação", disse o líder do PSD, que afirmou também que a sua "função" é "também" alertar para o facto de o Estado não se poder demitir de ajudar as pessoas afetadas pelos incêndios.
"Uma parte importante do apoio tem sido levada a cabo por instituições de natureza não pública. Isso é importante, seja em bens alimentares, seja apoio psicológico, mas o estado não se pode demitir da sua função e a minha é também alertar", acrescentou, apelando ainda a um "mecanismo rápido de reparação".
O líder do PSD afirmou também que o Estado tem um dever de "objetividade" e de "esclarecer junto das famílias" aquilo que se passou, e que isso está "para além da culpa ou responsabilização política". "Espero que o Governo tome iniciativa e o faça de forma expedida, em vez de esperar pelo parlamento", sublinhou.
"É importante que o Estado não falhe e que pudesse prestar apoio, principalmente psicológico. Se o erro que eu próprio cometi, que não se confirmou e ainda bem, mas se esse erro servir para que haja uma atenção maior, acho que essa seria uma consequência positiva", disse.
Passos assegurou ainda que não estava a utilizar o facto, que afinal não se confirmou, como "arma de arremesso político", alertando sempre para o facto de ser necessário que os "órgãos do Estado reajam".
"Não é possível haver branqueamento político. Temos sido muito sóbrios nas referências públicas em relação a esta matéria, mas outra coisa é fechar os olhos", frisou.
O líder do PSD voltou ainda a referir que o Estado tem "responsabilidade objetiva" na tragédia, mas que isso "não tem nada a ver com se era possível evitar ou não", e falhou às pessoas "numa circunstância em que lhes devia valer".