Embora ainda não estejam a decorrer negociações com o CDS para uma eventual aliança autárquica em Lisboa e no Porto, segundo o DN apurou, o líder do partido admitiu essa hipótese publicamente..Ontem, Pedro Passos Coelho não excluiu essa possibilidade, sem se pronunciar sobre um eventual apoio social-democrata à candidatura de Assunção Cristas à presidência da câmara da capital..À margem do encontro anual do Conselho da Diáspora, que decorre em Cascais, o líder do PSD foi questionado sobre se não exclui um apoio à líder do CDS-PP, que já anunciou a candidatura a Lisboa nas próximas autárquicas, tendo respondido que os centristas e os sociais-democratas "são parceiros preferenciais" e por isso já celebraram um acordo muito semelhante a outros feitos em eleições autárquicas passadas.."Se porventura não for possível virmos a ter uma coligação com o CDS em Lisboa e no Porto, isso não quer dizer que não sejamos, na mesma, parceiros naturais", acrescentou, sem se pronunciar em concreto sobre negociações entre os dois partidos para um eventual apoio a Cristas, que foi noticiado por alguns jornais no passado fim de semana. A líder do CDS já reiterou o apoio do seu partido ao atual presidente da Câmara do Porto, depois de Marques Mendes no domingo passado ter dito que a estratégia do PSD era a de fazer depender o apoio à líder do CDS na capital a uma desistência no apoio dos centristas ao independente Rui Moreira..Ontem, o presidente do PSD assegurou que o partido não fará "caixinha" sobre o candidato à Câmara de Lisboa, assegurando que, quando houver, "a comunicação social saberá". "Quando tivermos uma candidatura em Lisboa, como nos outros sítios, isso será público, não faremos caixinha disso", prometeu..Pedro Passos Coelho afirmou não estar "preocupado nesta fase com isso", uma vez que aquilo que é preciso é "apresentar alternativas sérias àquilo que é a governação socialista em muitas dessas câmaras"..Congresso extraordinário.O líder do PSD foi ainda questionado pelos jornalistas sobre a entrevista à Antena 1 do antigo presidente da Câmara de Coimbra Carlos Encarnação, que defendeu a realização de um congresso extraordinário no partido. "Se não levarem a mal, nunca comento a vida interna do PSD e não vou abrir aqui uma exceção", disse apenas, escusando-se a responder..Carlos Encarnação é o primeiro destacado militante do PSD a reivindicar a realização de um congresso extraordinário, num momento em que há várias movimentações dentro do partido..Carlos Encarnação afirmou que Pedro Passos Coelho "devia perguntar-se qual é o papel dele no meio disto tudo"..O ex-presidente da Câmara de Coimbra e antigo deputado social-democrata sugeriu que a direção política do partido e o Conselho Nacional do PSD deveriam reunir-se e convocar um congresso extraordinário. Isto porque, disse, "as pessoas estão inquietas"..Referia-se obviamente aos militantes do PSD, que, na sua opinião, ouvem o líder dizer o mesmo para os mesmos há muito tempo, com o problema de os mesmos serem cada vez menos. E vaticinou que o PSD não vai com esta estratégia abalar o atual governo..Carlos Encarnação defendeu que o partido não se pode encostar à direita e tem de reganhar o centro. O partido afirmou que devia fazer acordos com o PS, embora sem se envolver na governação..Já antes Nuno Morais Sarmento tinha criticado todo o processo que envolve a escolha de candidatos autárquicos do partido, dizendo que o PSD está a ser "autofágico". Com Lusa