Passageiros de avião forçados a viajar ao lado de mulher morta

O corpo ficou deitado no corredor, tapado, durante a última parte da viagem para Moscovo, que demora cerca de três horas e meia
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Os passageiros de um voo da Azur Air, de Antália, na Turquia, para Moscovo, foram forçados a fazer parte da viagem ao lado do cadáver de uma passageira que morreu durante o percurso, este domingo, noticia a agência russa Interfax.

A mulher russa, de cerca de 50 anos, tinha várias doenças crónicas, teve uma crise e acabou por morrer a meio do voo; a tripulação da Azur Air optou por continuar em direção ao destino. O corpo ficou deitado no corredor, tapado, durante a última parte da viagem, que demora cerca de três horas e meia.

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Embora não seja comum morrerem passageiros a bordo também não é raro: nos Estados Unidos há uma emergência médica em cada 600 voos, segundo T. J. Doyle, do departamento de emergência médica da Universidade de Pittsburgh. A TAP, por exemplo, teve dois casos nos últimos dois meses e em ambos a tripulação optou por aterrar de emergência, num caso em Sevilha e noutro em Madrid.

Várias companhias aéreas admitem que não têm um guia sobre que fazer nesta situação, o que deixa os assistentes de bordo com a responsabilidade de lidar com cada caso individualmente, explica a Quartz. E continuar viagem é uma das opções.

Para Carlos Amoroso, presidente da Associação Portuguesa de Tripulantes de Cabine, o mais importante é "resguardar o corpo e o resto dos passageiros" e manter "o respeito e a privacidade", segundo explicou ao DN, em agosto.

O melhor será usar uma fila de bancos vazia, mas, quando o voo está lotado, uma solução é usar o espaço do corredor. Em cada caso é feita uma gestão para que o corpo "possa estar mais afastado possível" dos restantes passageiros, concluiu Carlos Amoroso.

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