A Passadeira Vermelha estende-se a partir das 22.30, mas os preparativos do programa da SIC Caras começam muito antes. Quatro horas, sensivelmente. É por volta das 18.30 que Liliana Campos, a apresentadora deste formato que debate as novidades do mundo dos famosos, chega aos estúdios do Parque Holanda, em Carnaxide. É a primeira. "Para ser maquilhada, penteada e escolher a roupa que vou usar", conta ao DN..É nestes momentos que Liliana Campos aproveita para rever o alinhamento do programa, que é enviado durante a tarde. É preciso "estudar" e "fazer pesquisa" para dominar os assuntos que estão a marcar a atualidade do universo das estrelas e saber tudo na ponta da língua. Isto porque o direto não perdoa e qualquer falha é percetível para o espectador..E mais. Ao fazer antecipadamente o trabalho de casa, tanto Liliana Campos como os restantes comentadores de serviço agilizam a reunião de alinhamento que é feita durante o jantar. É tudo "muito a correr", explica, mas nada de estranho, não fosse essa uma das principais essências do universo televisivo. E não fosse também o facto de todos eles já terem uma grande tarimba na área em questão..Fazendo uma reconstituição, voltamos à altura em que a apresentadora está sentada na sala de maquilhagem. Inseparável do seu tablet, onde vai lendo e relendo os temas que vão ser alvo de análise em mais uma edição deste programa produzido pela FremantleMedia..O relógio marca 19.30, hora em que grande parte da população já regressou ou está a regressar a casa dos seus empregos. Cláudio Ramos, um dos comentadores deste formato, faz o percurso inverso e começa a trabalhar a esta hora. Ou, melhor dizendo, recomeça, uma vez que o cronista social também é responsável pela rubrica "Jornal Rosa", exibido no programa Queridas Manhãs, apresentado por Júlia Pinheiro e João Paulo Rodrigues, na SIC..Cláudio Ramos tem uma estratégia diferente dos restantes colegas. "Não há um trabalho de casa exaustivo, até porque estou constantemente a par das notícias por causa do "Jornal Rosa". Aliás, até pedi à produção para não me enviarem os alinhamentos para casa nem as notícias, porque eu prefiro ser apanhado de surpresa. Gosto do imprevisto", justifica..A Joana Latino basta atravessar a estrada e passar da redação da estação de Carnaxide para os estúdios do Parque Holanda. Os caracóis ruivos da jornalista são domados por um ferro de alisar, enquanto passa os dedos e os olhos pelo e-mail. "Deixa-me só ler a última notícia", pede, antes de começarmos a conversar. "Chuta", prossegue, no seu tom de descontração característico. Por viver "completamente a leste" do mundo das estrelas, Joana Latino joga pelo seguro e prefere saber os temas que vão ser debatidos na Passadeira Vermelha. Já são 20.00 e, como não podia deixar de ser, ouve-se o som do genérico do Jornal da Noite, o noticiário da casa, na televisão que se encontra na sala de maquilhagem. O tempo urge e a jornalista segue a passo acelerado com o seu trolley para a sala onde vai trocar de roupa. De uns calções de ganga e uma T-shirt para um vestido branco às bolinhas. Qual cinderela, ou pin up..Nos corredores quase desertos do Parque Holanda - uma vez que os programas de day time já foram todos gravados - o silêncio é quebrado por Maria Botelho Moniz, que canta antes de seguir para a maquilhagem. Do feedback que tem recebido pela sua participação no programa, a comentadora diz receber "muitas mensagens de miúdos" que a seguiam na altura em que apresentava o Curto Circuito e que "acham muito graça" ao facto de agora Maria Botelho Moniz "fingir" que é "adulta".E, num estalar de dedos, já se encontram todos em estúdio, à espera do sinal para o arranque de mais uma Passadeira Vermelha onde, certamente, os ânimos vão exaltar-se. Porque exaltam-se sempre. E porque é precisamente esse o propósito do programa: discutir e debater opiniões. Mas há sempre tempo para uma selfie..E desenganem-se aqueles que julgam que no meio das vozes mais alteradas se escondem zangas ou mágoas. "Isto é como os deputados no Parlamento. Enervam-se na discussão política, mas depois saem e vão almoçar juntos e são super amigos, apesar de serem de partidos diferentes", esclarece Joana Latino.